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Apostolado do Mar olha para os surfistas em busca de novo impulso

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O movimento do apostolado do mar, Stella Maris, que há décadas teve um papel relevante no acompanhamento espiritual das comunidades piscatórias, está num processo de rejuvenescimento, apontando aos jovens, nomeadamente aos surfistas, como um dos alvos a alcançar.

Liderado por Armando Oliveira, um leigo da diocese de Setúbal, o Stella Maris Portugal está presente em muitas comunidades piscatórias de norte a sul do país, abrangendo cerca de 350 elementos activos, mas quer crescer e assumir-se como um movimento fulcral para as comunidades ligadas ao mar.

Armando Oliveira reconhece que se perdeu o fulgor de outros tempos, com o acompanhamento dos profissionais dos barcos de longo curso, quer ligados à pesca, como à marinha mercante. “O movimento está um bocadinho envelhecido”, disse o responsável, que esta segunda-feira, em Fátima, está reunido com os responsáveis do Stella Maris nas diferentes comunidades do país. “Queremos trazer pessoas novas para o movimento”, admitiu à agência Lusa, sublinhando as dificuldades de chegar aos mais jovens, “que parece que têm medo de ir à Igreja”.

É neste contexto que as comunidades de surfistas são um objetivo imediato do Stella Maris. E o que é que o movimento tem para lhes oferecer? A resposta de Armando Oliveira é simples: “vamos dizer-lhes que aquilo [o movimento] também é deles”. Para os cativar, em estudo está a possibilidade de começar com uma cerimónia de bênção das pranchas - um pouco à imagem do que em Fátima acontece anualmente com a bênção dos capacetes para os motociclistas. A questão está a ser amadurecida com o assistente nacional do movimento, o padre Casimiro Henriques, também da diocese de Setúbal.

Quanto aos pescadores abrangidos pelas comunidades do Stella Maris existentes, o apoio, além de espiritual, que se materializa muito através dos párocos locais, é também prestado através da presença quando há problemas, seja nos casos de acidentes no mar ou das dificuldades do sector decorrentes da crise.

Momentos altos são as festas realizadas pelas comunidades, onde a religiosidade dos homens do mar é patenteada. “Parece que têm medo de ir à Igreja, mas nas festas, nas procissões, eu bem os vejo emocionados, com as lágrimas a correr pelo rosto”, disse Armando Oliveira, revelando que este ano a grande festa das comunidades piscatórias será realizada em Sesimbra, depois de em 2023 ter acontecido na Nazaré.

O Stella Maris, departamento da Conferência Episcopal Portuguesa, está integrado no Secretariado Nacional da Pastoral da Mobilidade Humana, dependente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, liderada pelo bispo de Santarém, José Traquina.

Texto: ALVORADA com agência Lusa