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Quase 10 mil pessoas sensibilizadas para lixo dos oceanos em cinco anos do Mares Circulares

praia com lixo

Quase 10 mil pessoas foram formadas nos últimos cinco anos pelo programa Mares Circulares, de sensibilização para os problemas dos oceanos e que promoveu também a recolha de nove mil toneladas de resíduos.

O programa, em Portugal e Espanha, foi criado em 2018 e é coordenado em Portugal pela Liga para a Protecção da Natureza (LPN), tendo já envolvido 9.717 participantes de 35 municípios.

Ana Sofia Ribeiro, coordenadora do Departamento de Sensibilização, Educação e Formação Ambiental da LPN, explicou à Lusa que o projecto é muito direccionado para a sensibilização para questões como o lixo e para a economia circular, promovendo a limpeza de ambientes aquáticos e fundos marinhos e incentivando a reciclagem.

Quer em Portugal quer em Espanha assenta na sensibilização e na informação, sendo intervenientes as pessoas e entidades que queiram colaborar com o projecto, de escolas a empresas ou associações. Virada para o problema do lixo, a origem e as soluções, a informação “acaba por capacitar as pessoas para que elas depois possam actuar”, explicou a responsável.

São essas pessoas, disse Ana Sofia Ribeiro, que depois intervêm no terreno, por exemplo na limpeza de praias , tendo em cinco anos sido recolhidas 8,7 toneladas de resíduos em Portugal, envolvendo escolas, empresas, escolas de mergulho ou pescadores.

O programa Mares Circulares investe ainda na promoção de acções que proponham soluções e tecnologias inovadoras para o problema do lixo marinho, com concursos e prémios para melhores projectos na área da protecção dos oceanos.

Estão hoje as pessoas mais sensibilizadas para essa protecção? Ana Sofia Ribeiro respondeu que as pessoas estão cada vez mais preocupadas com o meio natural no geral, e com os oceanos, mas têm também muitas dúvidas.

Mesmo em relação à reciclagem há sempre dúvidas. A informação não está a chegar de forma certa às pessoas, embora elas até estejam interessadas”, disse a responsável à Lusa.

Mas lamentou também que as pontas de cigarro sejam o resíduo mais encontrado nas praias, junto dos passadiços, nos areais. Também aqui, disse, “há muito trabalho para ser feito”.

Todos os anos, com monitorização semestral, outra das vertentes do projecto é acompanhar a evolução dos resíduos marinhos em 11 praias de Portugal.

Segundo informação divulgada hoje, por ocasião da apresentação dos resultados dos últimos cinco anos numa cerimónia no Aquário Vasco da Gama, em Lisboa, já foram premiados três estudos científicos.

Em 2022, segundo a organização, foi dada uma segunda vida a mais de cinco toneladas de plástico, resgatadas com o apoio dos pescadores participantes no projecto e que resultaram na criação de 15 bancos a partir de plástico 100% reciclado.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Direitos Reservados (arquivo)