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Autoridade Marítima faz plano de contingência e monitoriza plástico que deu à costa em praias espanholas

AMN II

A Autoridade Marítima Nacional (AMN) disse hoje que está a monitorizar as partículas de plástico que deram à costa em Espanha, tentando antecipar uma eventual deslocação para Portugal, e a preparar um plano de contingência para remover o material.

A Autoridade Marítima, em colaboração com o Instituto Hidrográfico da Marinha, está a monitorizar a situação dos plásticos que deram à costa na Galiza e a fazer cálculos de deriva para, com base no vento, ondulação e correntes, tentar saber com a maior antecedência possível a probabilidade de chegarem a Portugal”, explicou à Lusa o porta-voz da AMN e da Marinha.

Por outro lado, a AMN está a “preparar um plano de contingência, no âmbito do plano Mar Limpo, para remover as partículas de plástico caso cheguem à costa portuguesa”.

Esta acção está a ser desenvolvida “com outras entidades, como autarquias e órgãos da Protecção Civil”, acrescentou o porta-voz. “Para já, os cálculos não dão indicação de que os plásticos possam vir para Portugal. Mas isso não quer dizer que a situação não mude, dentro de dias ou horas”, explicou.

As Capitanias de Viana do Castelo e Caminha, “onde há maior probabilidade de as partículas chegarem”, estão com “especial atenção” à costa, afirmou.

O porta-voz referiu também que a AMN “não tem a confirmação” de que os ‘pellets’ de plástico que estão a aparecer nas praias do Norte de Espanha sejam do barco que, a 8 de Dezembro, perdeu carga “a 40 milhas [cerca de 75 quilómetros] de Viana do Castelo”. “Quando o barco perdeu a carga, não soubemos o que transportava, apenas que caíram seis contentores. Também não temos a confirmação de que o material que apareceu em Espanha seja do mesmo navio”, observou. Quando os contentores caíram ao mar, a ANM emitiu avisos, nomeadamente à navegação. “Quando um contentor cai na água, 90% fica abaixo da linha de água e é difícil de ver, tanto visualmente como por radar”, afirmou. Depois, a AMN deu “indicações à Capitania de Viana do Castelo para deslocar uma embarcação salva-vidas ao local, mas não os contentores não foram vistos”.

Segundo informações divulgadas pelo governo espanhol, o armador do barco que perdeu contentores em águas portuguesas disse que caíram ao mar mais de mil sacos com cerca de 26,2 toneladas de bolas com cerca de cinco milímetros de diâmetro, usadas para fabricar plásticos e que estão a dar à costa no norte de Espanha.

A Comissão Europeia considerou hoje uma ameaça para o ambiente e a pesca as 25 toneladas de minúsculas bolas de plástico que caíram ao mar nas águas portuguesas e estão a dar à costa no norte de Espanha.

As regiões do Norte de Espanha, da Galiza ao País Basco, ativaram ou elevaram na terça-feira alertas ambientais por causa de toneladas de minúsculas bolas de plástico que caíram ao mar em Dezembro em águas portuguesas.

O Ministério Público espanhol anunciou na segunda-feira que abriu uma investigação para apurar eventuais responsabilidades.

Segundo informações fornecidas pelo Ministério do Ambiente de Espanha aos meios de comunicação locais, um cargueiro com bandeira da Libéria perdeu seis dos contentores que transportava a 8 de Dezembro em águas portuguesas, a 80 quilómetros de Viana do Castelo.

Um desses contentores, segundo o Governo espanhol, que cita o armador do barco, levava mil sacos dessas pequenas bolas brancas usadas na fabricação de plásticos.

Foi no final da semana passada que começaram a chegar à costa espanhola, em quantidade, as bolas de plástico dispersas, fora de sacos, com as organizações ambientais e os jornais locais a falarem em "invasão dos areais" por este material e em "areais pintados de branco".

Não sendo biodegradáveis, estas pequenas bolas, com os anos, fragmentam-se em nanopartículas, microplásticos que entram na cadeia alimentar marinha.

Governo espanhol diz ser impossível recolher bolas de plástico no mar

O Governo espanhol disse hoje que as bolas de plástico que estão a dar à costa no norte do país não podem ser recolhidas no mar e negou ter omitido informação às autoridades regionais da Galiza sobre este caso.

Em resposta a apelos das autoridades das regiões do norte de Espanha, a ministra do Ambiente, Teresa Ribera, disse hoje que a recolha do plástico em alto mar, antes de chegar às praias, "é impossível por causa do tamanho dos 'pellets'", como são conhecidas as minúsculas bolas plásticas com menos de 3 milímetros de diâmetro que estão a dar à costa.

Mil sacos com 26,2 toneladas destes 'pellets' caíram ao mar, em águas portuguesas, a 80 quilómetros de Viana do Castelo, a 8 de Dezembro, dentro de um contentor que estava a ser transportado por um cargueiro, segundo informações do armador do barco prestadas ao Governo espanhol.

As minúsculas bolas de plástico estão desde o final da semana passada a dar à costa em quantidade no norte de Espanha, em especial na Galiza, com associações ecologistas e a imprensa local a falar em "maré de plásticos" e "areais pintados de branco".

A "maré de plásticos" alastrou nos últimos dias para as outras regiões do norte de Espanha, com as autoridades autonómicas a activar planos de emergência por contaminação marinha e algumas a pedirem ao Governo central que recolha o plástico ainda no mar.

A ministra do Ambiente disse hoje que o serviço de Salvamento Marítimo, que patrulha as águas espanholas, tem feito "voos de reconhecimento, segue as imagens por satélite" e as minúsculas bolas de plástico "não são visíveis", pelo que "muito dificilmente" se conseguirão recolher no mar. Teresa Ribera acrescentou que o plástico está há semanas no mar, a ser levado pelas correntes, e "o alerta só saltou quando chegaram a terra, o momento em que se tornou visível". A ministra, que faz parte de um Governo liderado pelos socialistas, voltou também a negar as acusações do executivo regional da Galiza, que é do Partido Popular (PP, direita), sobre o atraso na partilha de informações sobre a queda de contentores ao mar, em águas portuguesas, com estes plásticos.

O Governo regional (conhecido como Xunta) acusou o executivo central de omitir informação que havia recebido de Portugal a 8 de Dezembro, assegurando que isso limitou “a capacidade da Galiza de activar uma resposta abrangente à possível chegada de destroços à costa”.

A ministra do Ambiente espanhola disse hoje que a 8 de Dezembro, e em respeito pelos protocolos internacionais nestas matérias, o próprio armador do barco lançou uma mensagem de segurança à navegação em que indicou que um golpe de mar tinha feito cair contentores à agua, dando "conhecimento para que os barcos que estão na zona não choquem com esses contentores". "Isto é um aviso protocolar que faz o armador e é o que serve de referência quando aparece este material nas praias para se devolver a mensagem e perguntar se aqueles contentores continham aquele material", mas "não é uma mensagem dirigida desde Portugal nem às autoridades espanholas", disse Teresa Ribera.

O armador informou a 20 de Dezembro Espanha sobre o conteúdo dos contentores e a ministra garantiu hoje que há "um 'tracking'" de comunicações com as autoridades galegas que provam que a partilha de informações foi sempre imediata. Além disso, acrescentou que a primeira entidade a ter conhecimento dos plásticos nas costas foi a própria Xunta, através dos serviços de vigilância das praias e de emergência, que comunicaram ao Governo central a 13 de Dezembro a identificação dos primeiros plásticos nos areais, seguindo-se os contactos com o armador. "Aquilo de que sentimos falta é de uma reacção rápida de limpeza [que compete à Xunta] ou de um pedido de colaboração para essa limpeza", disse Teresa Ribera.

O Governo português, através do Ministério do Ambiente, disse na terça-feira estar atento ao caso e assegurou que não foi detectado “qualquer vestígio” na costa portuguesa.

O Ministério do Mar revelou hoje que "seguiu os protocolos" após a queda, em águas nacionais, de contentores, onde estariam toneladas de plástico que deram à costa em Espanha, havendo indicação do navio de que não transportava “material perigoso”.

Foram seguidos todos os protocolos de actuação, com mecanismos de alerta automáticos. Avisámos do incidente, não do conteúdo dos contentores, até porque o barco avisou que não transportava material perigoso”, explicou à Lusa fonte do ministério da Economia e Mar, a propósito da carga que caiu ao mar a 80 quilómetros de Viana do Castelo a 8 de Dezembro.

Segundo informações divulgadas pelo Governo espanhol, o armador do barco que perdeu contentores em águas portuguesas disse que caíram ao mar mais de mil sacos com cerca de 26,2 toneladas de bolas com cerca de cinco milímetros de diâmetro, usadas para fabricar plásticos e que estão a dar à costa no Norte de Espanha.

O ministério da Economia e Mar revelou hoje que o “incidente aconteceu pelas 4h43 de dia 8 de Dezembro e que, pelas 5h00, o barco informou o Centro de Controlo do Mar, pedindo que avisasse as embarcações nas proximidades para os contentores à deriva”, dando indicações de que “a carga não era perigosa”.

Por outro lado, diz o ministério, o navio avisou também o centro de controlo costeiro de Finisterra, na Galiza, Espanha. “As autoridades portuguesas comunicaram ao CMAR, da Direcção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), que por sua vez submeteu a informação na plataforma da ENSA, a agência de segurança marítima europeia”, indicou o ministério. Foram ainda, acrescentou, “feitos contactos entre o director-geral da DGRM com o homólogo espanhol”.

A Comissão Europeia considerou hoje uma ameaça para o ambiente e a pesca as 25 toneladas de minúsculas bolas de plástico que caíram ao mar nas águas portuguesas e estão a dar à costa no norte de Espanha. "As 25 toneladas de 'pellets' de plástico que se espalharam na costa galega ameaçam o ambiente marinho e actividades económicas como a pesca. Estamos desejosos por discutir como podemos ajudar melhor", disse o comissário europeu para o Ambiente, Oceanos e Pesca, Virginijus Sinkevicius, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).

Texto: ALVORADA com agência Lusa