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Cavacas das Caldas representam a nossa região na nova série de selos dos CTT

CTT selos doces tradicionais

As Cavacas das Caldas da Rainha integram a nova emissão filatélica dos CTT - Correios de Portugal e são o único doce escolhido da nossa região para a série de quatro nossos selos que começam a circular esta sexta-feira. Trata-se da emissão-base dos selos ‘Doces Tradicionais de Portugal’ que integram, para além do doce tradicional caldense, as Queijadas de Sintra, as Fatias do Freixo e os Morgados do Algarve. A emissão-base é aquela que em cada ano tem a maior tiragem, sendo por isso aquela que é mais comum de encontrar em todas as cartas que contenham um selo nacional. Os selos autoadesivos estarão disponíveis para colocar em correspondência de envio nacional, correio azul, Europa e resto do mundo. As obliterações de primeiro dia serão feitas nas lojas dos Restauradores em Lisboa, Munícipio II, no Porto, Zarco, no Funchal, e Antero de Quental, em Ponta Delgada. O design dos selos esteve a cargo de Atelier Design & etc, sendo que os mesmos terão um formato de 25x30 mm.

Segundo refere em comunicado os CTT, esta emissão presta homenagem a quatro tradicionais doces portuguesas, cada um, único na sua forma, sabor e confecção. O selo para correio azul tem como protagonista as Cavacas das Caldas da Rainha, um doce em forma de concha que apresenta uma textura seca pela necessidade de conservação evitando assim a sua alteração ou aparecimento de bolores. As Cavacas são um doce versátil, pobre nos ingredientes e simples na arte culinária. “Tendo em conta a importância do turismo associado ao termalismo e a grande presença de uma elite social e monárquica na vila das Caldas, sobretudo, no decorrer do século XIX, surgem muitas cavacarias onde se faziam e vendiam as Cavacas que, dadas as suas caraterísticas de conservação, se apresentavam como doces extraordinários a servirem de oferta de recordação de uma passagem pela cidade”, destacam os CTT.

O selo destinado ao envio nacional celebra a longa história das Queijadas de Sintra, um doce onde se sente a intemporalidade da receita num contínuo mudar de mãos. Estas queijadas beneficiaram muito a prática do turismo na vila romântica sintrense mas foi o seu sabor que as tornou distintas.

As Fatias do Freixo, representadas nos selos para envio na Europa, têm como protagonista as gemas, tal como em muitos doces tradicionais portugueses. Estas fatias são herdeiras de uma tradição do Norte de Portugal, o pão-de-ló. Se por outras paragens outros doces predominam nas mesas de festa, pelo Norte e, sobretudo, pelo Minho, é o pão-de-ló o protagonista. Por isso, existem tantas derivações de uma mesma receita. As Fatias do Freixo são um exemplar dessa mesma tradição que escorregou até Terras do Tâmega e representam um grande orgulho para as pessoas de Marco de Canavezes.

Por fim, os Morgados do Algarve, nos selos para o resto do mundo, são um expoente do cruzamento de duas tradições doceiras. Por um lado, a tradição de trabalhar o açúcar em complemento com a amêndoa, uma prática trazida pelos árabes para as terras do Al-Garb e aí desenvolvida e enraizada pela demorada presença daquele povo no Sul da Península Ibérica. Por outro lado, a complementar este conhecimento e prática, o Morgado exibe, pelo recheio, uma nobre tradição doceira desenvolvida nas cozinhas dos conventos. É, por isso, herdeiro de duas tradições de excelência que conjugadas deram origem a um doce reconhecido pela sua massa e recheio.

Texto: ALVORADA
Fotografia: Direitos Reservados