Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

Campanha cerealífera “deverá ser das piores” este ano devido à seca

INE

A campanha cerealífera de Outono/Inverno “deverá ser das piores”, prejudicada por mais um ano de seca severa, que penalizou também as pastagens e forragens, causando “grandes dificuldades” ao sector pecuário, informou hoje o INE.

Segundo as 'Previsões Agrícolas' a 31 de Maio do Instituto Nacional de Estatística (INE), num ano agrícola “novamente marcado pela seca que atinge 99,9% do território do continente, dos quais 35,2% em seca severa ou extrema (praticamente todo a sul do Tejo)”, a campanha cerealífera de Outono/Inverno “deverá ser das piores, devido ao decréscimo das áreas e às reduzidas produtividades”.

De acordo com o instituto estatístico, também as pastagens e forragens foram “consideravelmente afectadas” pela seca, sendo as disponibilidades forrageiras “insuficientes para assegurar a alimentação de muitos efectivos pecuários a sul do Tejo”, o que resulta num “aumento na procura de alimentos conservados num cenário de escassa oferta, com os preços a duplicarem face a 2022”.

Assim, a produção dos prados, pastagens e culturas forrageiras regista quebras na ordem dos 50% no Alentejo, face a 2022, ano em que a produção forrageira tinha também já sido muito condicionada pela seca, com um decréscimo de aproximadamente 30% relativamente a um ano normal.

Devido a estas dificuldades, o INE refere que “alguns produtores estão a optar por reduzir o efectivo reprodutor, havendo mesmo casos de abandono da actividade no Baixo Alentejo e Algarve”.

Já a norte do Tejo, “as perspectivas são menos preocupantes para a actividade agropecuária”, uma vez que os prados, pastagens e culturas forrageiras apresentam “um melhor desenvolvimento vegetativo", estando a suplementação com alimentos grosseiros armazenados e/ou alimentos concentrados "mais próxima dos parâmetros normais”.

Texto: ALVORADA com agência Lusa