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COVID-19: 80% das empresas do Oeste com dificuldades em garantir sustentabilidade financeira revela barómetro da AIRO

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Mais de 80% das empresas que participaram no terceiro barómetro empresarial realizado pela AIRO - Associação Empresarial da Região Oeste, sublinha que, com a reabertura após o período de confinamento, a não estão a conseguir garantir a sustentabilidade financeira. Numa extrapolação da associação empresarial oestina face aos dados compilados, "mantém-se o elevado número de empresas afectadas economicamente pela Covid-19 (cerca de 38.500)” e regista-se uma “diminuição do número de empresas com actividade suspensa no final de Maio”, pelo que se prevê que “a maioria retome actividade até final de Junho ou Julho”.

A AIRO obteve 104 respostas validadas que representam os diversos sectores de actividade económica da nossa região, empregando um total de 1801 recursos humanos. No que diz respeito à disposição geográfica das empresas, o concelho da Lourinhã foi o segundo da lista (17), apenas tendo sido superado por Caldas da Rainha (40), seguindo-se Alcobaça (11), Torres Vedras (9), Óbidos e Peniche (7), Alenquer (5), Bombarral e Nazaré (3), e, ainda, Cadaval (2). Não foram obtidas respostas a este inquérito da parte de empresas de Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço. Existem na região Oeste cerca de 46.000 empresas. "A maioria das empresas inquiridas já sofreu quebras superiores a 80% no volume de negócios, estando de acordo com a tendência anteriormente verificada e que é confirmada no presente questionário”, revela a associação empresarial que está sediada nas Caldas da Rainha.

O barómetro da AIRO permite também concluir que as empresas confirmam a suspensão de contratos com prestadores de serviços gerais ou prestadores de serviços a ‘recibos verdes’ e que, em relação à empregabilidade, no final de Maio havia 11.946 desempregados, “com a manutenção do desemprego com tendência a descer”. Diminuiu ainda para 1.934 o número de empresas que “ponderam fazer despedimentos”. Recorde-se que no último inquérito, realizado em Abril, estimava-se na altura a existência de 10.600 desempregados e que 38.778 empresas ponderavam então fazer despedimentos face à crise económica desencadeada pelo novo coronavírus. Existe uma tendência de aumento de desemprego embora menor relativamente ao final do mês de Abril. “Nesta questão denota-se uma ligeira diminuição face ao questionário anterior, de -2,10% de redução do número de colaboradores nos próximos dois meses”, destaca o relatório.

Todavia, apesar dos tempos incertos, segundo a AIRO, “mantém-se a confiança dos empresários da região assumindo a maioria, 60,6%, a estarem confiantes ou muito confiantes no combate aos impactos económicos provocados pela Covid-19”.

Este terceiro barómetro pretendeu auscultar o tecido empresarial do Oeste ao longo das diversas fases desta pandemia. Destinado às empresas sediadas na região, este questionário foi aplicado entre 25 e 31 de Maio, período que corresponde à segunda fase do desconfinamento e prestes a iniciar a terceira fase. No âmbito da situação que se vive em Portugal devido à Covid-19, a AIRO, como associação empresarial, propõe-se a acompanhar a evolução desta pandemia do ponto de vista económico, bem como o seu impacto na região Oeste. Das empresas inquiridas existiu uma predominância para o comércio, serviço e turismo: 6 laboram no sector primário (produtos alimentares), 9 no sector da indústria, 30 no turismo, 22 no comércio, 30 em serviços e 7 noutros sectores não identificados. Quanto ao volume de negócios, 31 participantes afirmam enquadrar- se entre 100.000 a 499.999 euros, 22 com um volume inferior a 50.000 euros, 16 entre 1 e 5 milhões de euros, 15 de 500000 a 999.999 euros, 14 entre 50.001 a 99.999 euros, e, por fim, 6 a faturarem mais de 5 milhões de euros.

Pode ficar a saber mais pormenores sobre este estudo na próxima edição impressa do ALVORADA.

Texto: ALVORADA