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Greve na Rodoviária do Oeste: sindicato aponta adesão de mais de 85% mas empresa garante que foi de 38,3%

Rodoviaria do Oeste 1

A greve em curso dos motoristas das empresas rodoviárias do Oeste, Lis e Tejo, sediadas nos distritos de Leiria e Santarém, foi, esta quinta-feira, superior a 85%, refere em comunicado a FECTRANS - Federação Nacional das Comunicações e Transportes. As três empresas pertencem ao grupo Barraqueiro e à Transdev (49% de participação cada uma, com os outros 2% a pertencerem à ‘empresa-mãe’ Rodoviária do Tejo), abrangendo cerca de 650 trabalhadores.

Decretada para decorrer entre as 3h00 desta quinta-feira e terminar às 3h00 deste sábado, a greve visa protestar contra “situações discriminatórias” relativas a diferenças laborais e salariais entre trabalhadores, por serem abrangidos por duas convenções de trabalho diferentes. Os trabalhadores reivindicam a “unificação das relações laborais”, assim como aumentos do salário e do subsídio de refeição, que é de 2,55 euros. Enquanto um motorista destas três empresas tem um salário de 621 euros, que na prática são 609, porque tem englobado o abono para falhas, um motorista abrangido pelo contrato colectivo de trabalho da ANTROP - Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros tem um salário a rondar os 650 euros.

A administração da Rodoviária do Oeste, sediada nas Caldas da Rainha, emitiu um comunicado onde afirma que a adesão à greve, durante a quinta-feira, no global das três empresas, foi de 38,3% dos trabalhadores ao serviço, esclarecendo que as condições remuneratórias aplicadas pelas empresas são as que decorrem da lei. “Visando a revisão do Contrato Colectivo em vigor, estão actualmente em curso negociações entre a Associação que representa o sector dos transportes rodoviários pesados de passageiros (ANTROP) e as estruturas sindicais. A ANTROP apresentou já uma proposta aos sindicatos, a qual aguarda resposta, estando agendada uma nova reunião para o próximo dia 13 de Dezembro”, afirma a empresa. A Rodoviária do Oeste garante que respeita o direito à greve e que a definição de Serviços Mínimos solicitada pelas empresas ao Ministério do Trabalho e da Segurança Social “teve exclusivamente em conta a necessidade de defesa dos interesses dos seus clientes”. Num breve comunicado publicado na sua página na internet, informa que “considerando as possíveis perturbações nos serviços, a gerência da empresa, apresenta desde já desculpa, pelos eventuais incómodos que poderão advir desta circunstância”.

A Rodoviária do Oeste, empresa privada de transportes públicos colectivos, é concessionária de 158 linhas de serviço público de transporte rodoviário de passageiros na região Oeste, concretamente nos concelhos de Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos, Peniche e ligações a Torres Vedras e Lisboa.

Texto: Paulo Ribeiro/ALVORADA
Fotografia: Direitos Reservados