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Combustíveis: quinto dia de greve começa com menos um sindicato em protesto

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A greve dos motoristas de matérias perigosas entra hoje no quinto dia, depois de um dos dois sindicatos que convocaram a paralisação ter desconvocado o protesto. A decisão do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) surgiu perto das 23h00 de ontem, na sequência de uma reunião no Ministério das Infraestruturas, gabinete onde se encontravam também dirigentes da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM). “Chegámos à conclusão de que esta greve não surtiu os efeitos que desejávamos”, disse Anacleto Rodrigues, porta-voz do SIMM.

Esta posição do SIMM deixou o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) sozinho no protesto, depois de esta estrutura sindical ter pedido na quinta-feira a mediação do Governo para chegar a um entendimento com a ANTRAM e anunciou esta manhã que vai manter a greve por tempo indeterminado.

O Governo começou por anunciar que iria nomear um mediador para tentar terminar o conflito, mas, horas depois, disse que o processo de mediação não era viável por recusa da ANTRAM que, por seu turno, reiterou ontem que, se os sindicatos desconvocarem a greve, aceita reunir-se com aquelas estruturas.

A greve fora convocada pelo SNMMP e pelo Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM), com o objectivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) o cumprimento do acordo assinado em Maio, que prevê uma progressão salarial. Na segunda-feira, ao final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, alegando incumprimento dos serviços mínimos.

O porta-voz da ANTRAM apelou hoje ao SNMMP) que desconvoque a greve e volte às negociações, seguindo o exemplo do SIMM. O advogado da ANTRAM, André Matias de Almeida, falava no final de uma reunião no Ministério das Infraestruturas e Habitação, em Lisboa. "Não há vencidos, há um vencedor que é o diálogo", disse, sublinhando que "foi dado mais um passo histórico" com a assinatura de um documento que trará "melhorias muito grandes para o sector", nomeadamente aumentos salariais.

A ANTRAM recusou ontem um processo de mediação do Governo, a pedido do SNMMP, sustentando que só volta à mesa das negociações se o sindicato das matérias perigosas desconvocar a greve. Nesse sentido, André Matias de Almeida garantiu que só se sentou à mesa das negociações com o SIMM após ter a garantia de que este sindicato tinha colocado um fim à paralisação. "A greve foi desconvocada [pelo SIMM] antes da reunião com a ANTRAM" que decorreu ontem à noite no Ministério liderado por Pedro Nuno Santos, disse, garantindo que "o problema não está no Dr. Pedro Pardal Henriques" [advogado do SNMMP]. "Ficou provado comprovado que o diálogo resolve as negociações, que a espada não as resolve", sustentou, referindo-se ainda ao acordo firmado com a federação afecta à CGTP, a FECTRANS, que prevê progressões salariais dos motoristas a partir do próximo ano.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)