COVID-19: Lourinhanenses retidas em Cabo Verde deverão regressar na próxima semana
- Categoria: Lourinhã
- 21/03/2020 17:27
Há duas lourinhanenses que estão retidas em Cabo Verde, num grupo de cerca de 200 portugueses, que não conseguem arranjar voo de regresso a Portugal. Ana Rita Fernandes, acompanhada de sua mãe Ivone Fernandes, viajaram de férias para a Ilha do Sal e foram apanhadas pelo cancelamento das viagens aéreas entre os dois países devido à pandemia causada pelo Covid-19. Segundo apurou o ALVORADA junto da família, ambas têm estado alojadas, com outros compatriotas, no Hotel Oásis Salinas, que é propriedade de um português e que tem a sua unidade aberta por compreender a situação. A maioria das unidades hoteleiras da ilha já se encontram encerradas e sem hóspedes.
Foram vários os países que retiraram os seus turistas de Cabo Verde através da realização de viagens excepcionais e, entretanto, a TAP prevê realizar voos “nos primeiros dias da próxima semana” para Praia, Sal, Bissau e São Tomé e Príncipe para permitir o regresso de portugueses retidos, disse hoje à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros. “O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) garantiu junto das autoridades locais disponibilidade para a autorização de voos da TAP para permitir o regresso de cidadãos portugueses” retidos em Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, disse à Lusa fonte do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva. Em consequência, prosseguiu a fonte, “a TAP prevê viabilizar voos para os seguintes destinos num dos primeiros dias da próxima semana: Praia, Sal, Bissau e São Tomé e Príncipe”. “As embaixadas portuguesas nesses países asseguram a informação indispensável com os portugueses que as contactam”, disse ainda. A fonte precisou que estes são os desenvolvimentos que há a anunciar de momento, prosseguindo os esforços para resolver outras situações.
A informação sobre portugueses que necessitam de ajuda do Governo português para regressar a Portugal, actualizada diariamente com os dados do dia anterior, está disponível em https://covid19estamoson.gov.pt/medidas-excecionais/#portugueses-no-estrangeiro, precisou. Os esforços visam permitir o regresso a Portugal de cidadãos portugueses, que devido ao cancelamento de voos ou suspensão de ligações aéreas decididos no âmbito das medidas tomadas para combater a propagação do novo coronavírus, ficaram retidos nos países onde se encontravam.
Aa Rita e Ivone Fernandes embarcaram para Cabo Verde no dia 11 e a sua viagem de regresso a Portugal estava prevista para esta quinta-feira, dia 18. Desde então têm estado a contactar a Embaixada de Portugal para pedir o repatriamento, bem como as diversas companhias aéreas que voam para a ilha cabo-verdiana, sem sucesso. Em declarações à TVI24, Ana Rita referiu a preocupação dos portugueses em não saberem nada sobre a data de regresso e as dificuldades que o grupo está a ter para contactar as autoridades portuguesas na obtenção de respostas aos seus problemas. “Até segunda-feira está garantido o alojamento e a alimentação, a um preço irrisório, mas depois dessa data não sabemos como vai ser. Até as praias já estão fechadas ao público”, relevou a lourinhanense à estação televisiva.
Fonte diplomática portuguesa explicou à Lusa que há entre 200 a 300 portugueses em várias ilhas de Cabo Verde, sobretudo no Sal e em Santiago (Praia), a aguardar viagem de regresso a casa. “O Governo está a pedir à TAP para honrar os seus compromissos com os passageiros que compraram bilhete", disse a fonte. Por decisão do Governo cabo-verdiano, e pelo menos até 9 de Abril, estão proibidas as ligações aéreas oriundas de 26 países, incluindo Portugal e Brasil.
Entretanto, o ministro da Saúde cabo-verdiano confirmou hoje mais dois casos da Covid-19 na Boa Vista, que se somam ao primeiro caso confirmado, na quinta-feira, de um turista inglês, também naquela ilha, colocando um segundo hotel em quarentena. Em conferência de imprensa realizada esta manhã na cidade da Praia, o ministro Arlindo do Rosário explicou que uma das amostras que confirmou a presença do novo coronavírus é “um contactante” do primeiro caso, o turista inglês de 62 anos. O segundo caso positivo confirmado hoje é de uma turista da Holanda, num outro hotel da Boa Vista, que também já foi colocada em quarentena, segundo o governante. “Significa que neste momento termos três casos confirmados na Boa Vista”, afirmou o ministro, garantindo que todos apresentam um “bom” estado clínico.