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DIÁSPORA-COVID-19: testemunho de Maria Teresa Wysocki, da Lourinhã, residente no Canadá

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Como está a viver a Diáspora da Lourinhã este novo tempo, em que o centro das atenções é a pandemia da Covid-19? O ALVORADA iniciou a partilha de testemunhos de vida dos emigrantes lourinhanenses que se encontram espalhados pelos quatro cantos do mundo.

Neste tempo difícil que todos atravessamos, com uma pandemia que reduz ao máximo o contacto entre todos, queremos desta forma manter bem vivo o que nos une. Queremos contribuir para que quem esteja longe, fique mais perto de nós, na Lourinhã.

Partilhe e, caso tenha algum familiar e amigo que queira que o contactemos, para aqui deixar o seu testemunho, envie-nos mensagem pelo nosso Facebook ou para o endereço electrónico Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar..

Fique em segurança. Cuide de si e dos outros!

Este 44º testemunho é de Maria Teresa Wysocki, nascida em Kinshasa, na cidade da República Democrática do Congo, tendo vivido na Lourinhã. Actualmente residente em Toronto, no Canadá com o marido e filho, onde é educadora de infância.

Nestes tempos de preâmbulo do levantamento do estado de emergência, também aqui, como um pouco por todo o mundo, se começa a falar do reabrir de certos sectores, por etapas e com medidas de precaução específicas no comércio, indústria e alguns serviços.

Nós os três estamos em casa desde meados de Março e aguardamos com expectativa o momento de podermos regressar ao trabalho e a certas actividades de lazer, mas também com alguma apreensão.

Quais serão as alterações à nossa nova realidade, como no exercer da minha profissão, no partilhar de espaços comuns? Aguardamos. Pela natureza da minha entidade empregadora, eu continuo a trabalhar a partir de casa, participando e preparando workshops, pesquisas e mantendo contacto com as famílias que servimos, através de áudio gravações e jornalinhos semanais digitais. O Tad vai-se entretendo com projectos aqui por casa.

De um modo geral, aqui as pessoas respeitam o distanciamento e as outras medidas de precaução sanitária, mas já se sente uma certa ansiedade de, algum modo, poderem regressar às suas lidas.

Que volta o mundo deu. Seria tão bom podermos tirar lições sobre a fragilidade de certos sistemas, sobre a realidade de que dependemos muito mais uns dos outros do que pensamos, ou que estávamos conscientes. 

Para mim e para o Tad têm sido momentos para desacelerar, para aprofundar a nossa espiritualidade e comunhão com Deus, para reatar contacto com amigos distantes ou mais próximos, que por causa da correria nem sempre se tira o tempo para o essencial.

Vivo cada dia com respeito por esta nova condição com que agora temos que viver, Deus sabe por quanto tempo, fazendo a minha parte (máscara, luvas, manter a distância) pela minha saúde e a do outro (familiares, vizinhos, daquele que me atende no supermercado ou daquele que passei na rua com o filhote). Choro com quem perde os seus mais queridos e não se pode despedir deles. E entrego a Deus os meus mais queridos e os amigos, que pela distância o vírus condiciona a possibilidade, a facilidade de apanharmos o avião para os voltar a abraçar. Ele tudo sabe. Um grande abraço deste lado do oceano. Fiquem bem.