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COVID-19: reiniciaram parcialmente as aulas na Escola Secundária da Lourinhã com medidas de segurança apertadas

aluno teste temperatura

“Estamos com a sensação como se fosse o primeiro dia de aulas porque, na realidade, é uma novidade para todos, pelo que a sensação é muito semelhante ao primeiro dia de aulas”. Foi assim que Bruno Santos, director do Agrupamento de Escolas da Lourinhã, classificou o reinício das aulas presenciais esta segunda-feira para um universo global de 200 alunos das 10 turmas dos 11º e 12º anos. Contudo, pelo menos da tarde da manhã, como pôde constatar o ALVORADA, foram poucos os estudantes que marcaram presença nas salas de aulas, no âmbito de uma visita efectuada por uma comitiva autárquica liderada pelo presidente do executivo camarário João Duarte Carvalho.

Os alunos do ensino secundário e as crianças das creches regressaram hoje às escolas, que começaram a funcionar com novas regras, como o distanciamento social, para minimizar os perigos de contágio do novo coronavírus. Passaram dois meses desde que as crianças e alunos do ensino básico e secundário começaram a ter aulas à distância, por imposição do Governo como forma de tentar conter a pandemia de Covid-19, que já provocou mais de mil mortos em Portugal.

No caso da Escola Secundária da Lourinhã, na entrada estão assistentes operacionais que medem a temperatura corporal de cada aluno ou professor e é obrigatório o uso de máscara e da lavagem das mãos com gel desinfectante para entrar no recinto escolar. Os alunos seguem depois para a sua sala de aulas, de acordo com as cinco entradas predefinidas, uma das quais apenas para professores e assistentes operacionais. Para cada conjunto de salas foi criado um circuito com porta de entrada e saída, acompanhado de um reforço dos assistentes operacionais, no sentido de promover uma higienização dos espaços com maior frequência. O Ministério da Educação fez chegar à escola, na última sexta-feira, através do Exército, um conjunto de equipamentos de protecção individual, de uso obrigatório no espaço escolar, como é o caso da máscara.

Em declarações ao ALVORADA, Bruno Santos explicou que foi decidido que os alunos ou tinham aulas de manhã ou à tarde, havendo turmas que vêm à escola apenas dois dias por semana. “Em função das alterações da realização dos exames pode haver alunos, uns por uma questão de saúde e outros por vontade das famílias, que não retomem as aulas presenciais. Foram reformulados todos os horários em função desta nova realidade, nas turmas de 11ºe 12º anos para actividade lectiva presencial de acordo com as disciplinas com oferta de exame nacional”, explicou o responsável.

Para este regresso às aulas muito contribuiu o trabalho executado na fase anterior, em colaboração do Exército e Município da Lourinhã, ao longo da semana passada, que ministrou formação junto dos funcionários para a higienização dos espaços a desenvolver neste período, com o apoio do Município da Lourinhã. Vai também regressar o atendimento presencial dos serviços administrativos, ainda que sujeitos a marcação prévia, ou por telefone ou por correio electrónico, seguindo todos os cuidados.

“Nesta primeira semana teremos que fazer a monitorização de tudo isto e, também, para a necessidade de efectuar algum ajustamento à rede de transportes que também foi adaptada em função desta nova realidade. Trata-se de uma primeira semana de experiência para todos porque é uma nova realidade para todos”, esclareceu Bruno Santos.

Houve a necessidade de reafectar alguns docentes que não eram titulares de turma dos anos envolvidos porque alguns professores tiveram de ministrar as aulas à distância por estarem incluídos em grupos de risco. Há também casos de alunos que, do ponto de vista clínico, não podem estar presentes nas aulas. Foi feita a redução do número de alunos por turma, acompanhado do desdobramento de turmas, para a menor permanência possível nas instalações escolares. Há também a redução da carga lectiva presencial mas há a continuidade do trabalho remoto para complementar o horário de aulas semanais. Por todo o espaço há dispensadores de gel desinfectante para o uso de todos na tarefa necessária de higienização individual.

O presidente João Duarte Carvalho, que contou com a presença do deputado socialista João Nicolau e de Paulo Simões, primeiro-secretário da OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste, destacou o trabalho desenvolvido pela Delegada de Saúde, Helena Andrade, que “teve um papel determinante, no início do processo, nas medidas que tomámos, nomeadamente a suspensão das aulas até 30 de Abril”. O agradecimento estendeu-se, no âmbito do combate à pandemia, “aos técnicos municipais e à população do concelho, pois souberam interpretar as medidas que tomámos”.

O Ministério da Educação deu autonomia às escolas para contratar mais professores, uma vez que algumas turmas serão divididas em dois grupos para garantir que é cumprido o distanciamento social definido nas orientações da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Em relação aos trabalhadores não docentes, as escolas poderão chamar aqueles que normalmente exercem funções em escolas que vão continuar encerradas, uma vez que só vão reabrir cerca de 500 estabelecimentos de ensino. Na semana passada, o Primeiro-Ministro António Costa sublinhou a importância do retomar das aulas presenciais para preparar o próximo ano lectivo.

Texto e fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA