Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

Primeiro dia de greve dos motoristas de combustíveis com impacto nas bombas da Lourinhã

posto combustivel 12

Depois de um consumo elevado ocorrido na passada quinta e sexta-feira, com um fim-de-semana onde a ida aos postos de combustíveis foi já moderada, neste primeiro dia de greve dos motoristas de matérias perigosas o efeito já começou a sentir-se no concelho da Lourinhã. Na sede do concelho, o posto da BP é o único que não tem combustíveis para venda e não há perspectiva para o seu reabastecimento. Noutros postos de combustíveis do nosso município, a realidade é diversa segundo as informações recolhidas esta tarde pelo ALVORADA, mas há outro na mesma situação: o posto Repsol da Marteleira. O ponto da situação, esta tarde, é a seguinte:

Lourinhã - BP: sem combustíveis: GAO - Garagem Avenida do Oeste: tem todos os combustíveis com excepção da gasolina 95; Galp - Louricoop: tem todos os combustíveis; Repsol: tem todos os combustíveis. Intermarché: não foi possível estabelecer o contacto. É a bomba que integra a REPA - Rede de Emergência de Postos de Abastecimento tendo, por isso, uma categoria prioritária para ser reabastecida, com algumas restrições, nomeadamente só pode vender 15 litros por viatura durante o período de greve.

Prio Santa Bárbara: tem todos os combustíveis com excepção do gasóleo normal (é mais caro que o aditivado);

Moita dos Ferreiros: Galp - Louricoop: tem todos os combustíveis;

Vimeiro - Revendedor Galp: tem todos os combustíveis com excepção do gasóleo rodoviário;

Marteleira - Repsol: sem combustível. Há a perspectiva que amanhã possa ser reabastecido de gasóleo.

Reguengo Pequeno - OZ Energia: tem todos os combustíveis com excepção do gasóleo aditivado e da gasolina 98.

O Primeiro-Ministro afirmou hoje que o cumprimento dos serviços mínimos na greve dos motoristas mudou e anunciou a convocação de um Conselho de Ministros eletrónico para avaliar a necessidade da requisição civil. António Costa referiu que a situação em relação ao cumprimento dos serviços mínimos "mudou da manhã para a tarde" e, perante esta nova realidade, é preciso fazer "uma nova reavaliação", que acontecerá num Conselho de Ministros electrónico hoje ao final da tarde, no qual será decidido se a requisição civil é ou não decretada. O líder do Governo falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, depois de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a greve dos motoristas, encontro que durou cerca de uma hora. O Primeiro-Ministro adiantou que já estão a ser realizados transportes conduzidos pela GNR ou pela PSP.

A ANTRAM acusou os sindicatos de não estarem a cumprir os serviços mínimos na greve de motoristas e pede uma requisição civil “urgente”, disse hoje o advogado André Matias de Almeida à Lusa. “Em Sines, os serviços mínimos estão a ser incumpridos a 100%, no Aeroporto de Lisboa deveriam estar a 100% e estão a 25%, na Petrogal, por exemplo, deveriam ter sido feitas 225 cargas e foram 48”, refere o comunicado enviado pela Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) à agência Lusa. Segundo o representante legal da associação, “tudo corria normalmente até às declarações públicas” do representante do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas, Pedro Pardal Henriques, hoje de manhã. A ANTRAM adianta ainda que há motoristas que “abandonaram as empresas para se juntarem a Pedro Pardal Henriques e há empresas que não têm ninguém para fazer os serviços mínimos hoje à tarde”.

Hoje de manhã, o advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques disse que os motoristas de matérias perigosas iam deixar de cumprir os serviços mínimos. Pardal Henriques acusou o Governo e as empresas de não estarem a respeitar o direito à greve. “Os trabalhadores estão a ser subornados. Há polícia e Exército a escoltar os camiões. Não foi o sindicato que quebrou os serviços mínimos, mas sim as empresas e o Governo que violaram o direito à greve", disse. Por sua vez, o presidente do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) reiterou que, tal como já tinham anunciado, “os serviços mínimos vão ser cumpridos" pelos trabalhadores afectos àquele sindicato.

Os motoristas cumprem hoje o primeiro dia de uma greve marcada por tempo indeterminado e com o objectivo de reivindicar junto da associação patronal ANTRAM o cumprimento do acordo assinado em Maio, que prevê uma progressão salarial. A greve foi convocada pelo SNMMP e pelo SIMM, tendo-se também associado à paralisação o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN).

O Governo decretou serviços mínimos entre 50% e 100% e declarou crise energética, que implica “medidas excepcionais” para minimizar os efeitos da paralisação e garantir o abastecimento de serviços essenciais como forças de segurança e emergência médica.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)