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COVID-19: Ministra da Agricultura visitou empresa torriense de hortofruticultura

ministra da agricultura em torres vedras

A ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, visitou hoje as instalações da empresa Campotec, em Casalinhos de Alfaiata, no concelho de Torres Vedras. A visita, acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal, Carlos Bernardes - que entretanto regressou ao activo depois de ter estado com funções suspensas por motivos de saúde -, teve como objectivo verificar o normal funcionamento da rede de abastecimento alimentar no contexto de pandemia de Covid-19, revela a edilidade na sua página na internet. Dedicada ao comércio de fruta, sobretudo de pêra rocha e macã, bem como de batata e produtos hortícolas minimamente processados, a Campotec é uma das maiores empresas torrienses no sector hortofrutícola, empregando mais de 150 trabalhadores.

Recorde-se que o Ministério da Agricultura começou a apoiar os agricultores a escoarem os seus produtos nos mercados locais e lançou uma campanha destinada a promover o seu consumo, após verificar dificuldades de escoamento devido à pandemia. Maria do Céu Albuquerque, em declarações à Lusa, justificou assim a campanha de promoção lançada e a linha de apoio prevista numa portaria publicada em Diário da República. “Começámos a sentir, em alguns sectores, problemas no escoamento dos produtos por diversas razões”, afirmou. As maiores dificuldades de escoamento são, por um lado, nas carnes de raças autóctones, cuja produção foi programada para dar resposta durante a Páscoa ao consumo das famílias que “por estarem confinadas e não se juntarem, não estão a consumir”.

Por outro lado, nos queijos, enchidos e outras carnes processadas, devido ao encerramento do Canal Horeca, que tinha como principal destinatário a restauração. Também nas frutas sem casca e nos legumes consumidos em cru há problemas de escoamento não só “por serem perecíeis, mas também pelo receio infundado no sem consumo”, explicou.

Através da portaria publicada, para “promover e agilizar os canais de comercialização dos produtos locais, alargando as possibilidades de escoamento”, o Governo vem estabelecer um apoio de 48 euros diários - 80% da despesa diária calculada - para apoiar as deslocações dos agricultores até aos mercados locais ou pontos de entrega.

No âmbito das medidas excepcionais previstas na portaria, a tutela alargou a abrangência das entidades que dinamizem esses mercados, como câmaras municipais, juntas de freguesia ou organização de produtores e concede apoios para a “adaptação e apetrechamento” dessas infraestruturas dentro dos concelhos ou em concelhos da mesma comunidade intermunicipal.

A despesa elegível para efeitos do apoio oscila entre os 500 e os 50 mil euros, no caso das ‘cadeias curtas’ e entre 5.000 e 100.000 euros para ‘mercados locais’.

O Ministério da Agricultura enviou uma carta a todas as comunidades intermunicipais e Associação Nacional de Municípios Portugueses a sensibilizar as câmaras municipais para a necessidade de reabrirem os mercados municipais e locais, dentro das regras de segurança alimentar exigidas.

A tutela lançou também a campanha 'Alimente quem o alimenta', com o objectivo de “apelar ao consumo de produtos locais chamando a atenção do valor dos produtos”, por um lado, explicou a governante.

No âmbito da campanha, a tutela pediu também “às grandes superfícies e cadeias de distribuição para reforçarem as suas encomendas junto dos produtores locais, ajudando a fazer o escoamento dos seus produtos”.

Maria do Céu Albuquerque anunciou ainda que a tutela está a trabalhar com os Grupos de Acção Local (GAL) na criação de “uma plataforma nacional que ligue quem consome e quem vende”. “É mais uma ferramenta para dinamizar o escoamento dos produtos locais” e para “ficar para o futuro”, uma vez que “nada será como antes” e os novos hábitos de consumo a partir da Internet criados pela pandemia “devem ser aproveitados”, sublinhou a governante.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Direitos Reservados