Funcionário do Politécnico de Leiria despedido após irregularidades em bolsas Erasmus na ESTM de Peniche
- Categoria: Oeste
- 16/05/2025 23:30
Um funcionário do Politécnico de Leiria foi despedido na sequência da detecção de irregularidades na atribuição de bolsas Erasmus na ESTM - Escola Superior de Tecnologia do Mar, em Peniche, revelou hoje à agência Lusa fonte do instituto.
“No âmbito do processo legalmente aplicável, instaurado na sequência da detecção de irregularidades na atribuição de bolsas Erasmus na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar do Instituto Politécnico de Leiria, informamos que, do ponto de vista procedimental, foram desenvolvidos todos os trâmites e adoptadas todas as diligências subsequentes, encontrando-se o processo interno concluído, com aplicação de sanção efectiva de despedimento do trabalho em funções públicas”, referiu a mesma fonte. O politécnico adiantou que “o processo, a partir de agora, seguirá os inerentes procedimentos legais, na instância devida, nomeadamente no âmbito do Ministério Público (MP)”.
Em Fevereiro, a agência Lusa noticiou que o Politécnico de Leiria estava a investigar alegadas irregularidades na atribuição de bolsas do programa Erasmus naquela escola. Na ocasião, o presidente do Politécnico, Carlos Rabadão, afirmou que “foi detectada uma irregularidade na atribuição de bolsas de mobilidade [programa Erasmus], no Verão passado”, tendo a situação sido descoberta num “procedimento de rotina dos serviços financeiros”. “Andamos numa fase de sistematização, alteração dos procedimentos e numa situação de rotina, de procedimento, detectou-se que havia qualquer coisa que não estava a bater certo e analisámos, nomeámos uma comissão de investigação interna, que está a fazer o trabalho”, explicou Carlos Rabadão. Este responsável adiantou que as suspeitas foram comunicadas ao MP na mesma altura, sendo que a pessoa envolvida nesse procedimento que suscitou dúvidas “foi afastada de funções”.
Ainda segundo o presidente do Politécnico de Leiria, o que desencadeou este processo “foi uma irregularidade relacionada com um pagamento que não foi confirmado por uma estudante na altura”, pelo que o instituto estava a auditar “todos os processos de mobilidade que se verificaram nos últimos 10 anos”. Questionado sobre o valor das alegadas irregularidades, o presidente do Politécnico de Leiria alegou então que a comissão interna ainda não tinha terminado o trabalho. A Lusa insistiu hoje com a mesma questão, mas não obteve resposta. Também em Fevereiro, a Lusa questionou a Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre este caso, que confirmou “a recepção de denúncia do Instituto Politécnico de Leiria”. “A mesma deu origem a um inquérito que se encontra em investigação e está sujeito a segredo de justiça”, informou a PGR.
O Politécnico de Leiria tem cinco escolas superiores (três em Leiria, uma nas Caldas da Rainha e outra em Peniche), além de núcleos de formação e unidades de investigação. A sua comunidade académica é constituída por mais de 15.500 pessoas: 14.000 estudantes e cerca de 1.650 professores, investigadores, técnicos e administrativos. No total, está presente em oito cidades da região de Leiria e do Oeste.