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COVID-19: Onze infectados e 330 trabalhadores a serem testados em central fruteira do Bombarral

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A central fruteira ‘O Melro, no concelho do Bombarral, tem 11 trabalhadores infectados por Covid-19, estando as autoridades de saúde a realizar testes a todos os 330 funcionários, disse hoje a directora ACES - Agrupamento dos Centros de Saúde Oeste Norte. A médica Ana Pisco afirmou à agência Lusa que a empresa tem "11 casos confirmados", que se encontram em isolamento profilático, e que, até sexta-feira, todos os trabalhadores da central fruteira vão ser testados. "A central fruteira está nas nossas prioridades de testagem, porque os testes estavam marcados para segunda-feira e foram antecipados por o surto estar a evoluir", explicou.

Os primeiros casos de infecção, cujos resultados foram conhecidos na segunda-feira, "estão relacionados com o facto de haver trabalhadores a conviver sem máscara uns com os outros durante a hora de almoço", explicou à Lusa Joana Torres, directora de recursos humanos da empresa ‘O Melro’ – Frutas e Legumes, Lda. Segundo a responsável, a empresa possui 330 trabalhadores, dos quais 10 acusaram positivo e são residentes no Bombarral ou em concelhos limítrofes, como é o caso do Cadaval eLourinhã.

Os testes começaram a ser realizados, dando prioridade aos trabalhadores que "contactaram de perto nas pausas" e, entre os testados, cinco acusaram negativo à Covid-19, havendo trabalhadores a serem hoje testados. Cerca de 25 a 30 encontram-se em quarentena.

Até hoje, o surto "ainda não está a pôr em causa o fornecimento" de frutas para o mercado externo e para três cadeias de hipermercados, mas, "se o foco de infecção aumentar, pode pôr em causa" esse fornecimento, admitiu a responsável da empresa. Desde o início da pandemia que, dentro da central fruteira, os trabalhadores usam máscara, desinfectam as mãos e o calçado com regularidade, no âmbito do plano de contingência, que aumentou para hora e meia o intervalo entre o fim do primeiro turno e o início do segundo para não haver cruzamento de trabalhadores. A empresa dividiu também os trabalhadores por várias pausas para o almoço e lanche, para evitar a aglomeração de pessoas. Desde que os primeiros casos de infecção surgiram que a central está a seguir todas as recomendações das autoridades de saúde, garantiu Joana Torres.

O surto nesta empresa "é preocupante", disse à Lusa o presidente da Câmara Municipal do Bombarral, Ricardo Fernandes, que hoje ao final da manhã estava em diligências para garantir com rapidez a testagem a todos os trabalhadores da central fruteira. Ontem este concelho registava sete casos activos, já depois de serem conhecidos cinco doentes devido ao surto na central fruteira. A autarquia admitiu então, em comunicado, que se “registaram ainda outros casos confirmados, contudo com área de residência fora do concelho do Bombarral” e que será "expectável que se venha a verificar um aumento do número de casos confirmados nos próximos dias".

Questionada sobre o surto no Bombarral, a directora-geral da Saúde disse hoje em conferência de imprensa, que "é uma zona onde é utilizada mão de obra temporária" em explorações agrícolas e "está sob grande incidência e observação das autoridades de saúde". Graça Freitas adiantou que "há vistorias programadas e a serem efectuadas em relação a diversas empresas e há planos para fazer testes a todas as empresas de maior risco". A directora-geral da Saúde apelou aos trabalhadores para que cumpram os planos de contingência das empresas, alertando que "não há risco zero", nem "plano de contingência infalível".

Texto: ALVORADA com agência Lusa