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Linha do Oeste: Comissão de Utentes reivindica passes para Lisboa iguais à rodovia

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A Comissão de Utentes da Linha do Oeste alertou hoje que os utentes deste serviço ferroviário estão a ser discriminados no Plano de Apoio à Redução Tarifária por continuarem a pagar passes para Lisboa superiores aos da rodovia.

"O Programa de Apoio à Redução Tarifária nos Transportes [PART] não foi aplicado a 100% na Linha do Oeste, porque, nas ligações à Área Metropolitana de Lisboa [AML], só existe um desconto de 30% nos passes e não foi aplicado o passe equivalente ao do autocarro", afirmou Nuno Clímaco, membro da comissão, em conferência de imprensa, nas Caldas da Rainha. A OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste "tem de concretizar a promessa feita há um ano", exigiu o utente.

Contactado pela Lusa, Paulo Simões, primeiro secretário da OesteCIM, explicou que, como em Janeiro de 2020 o Orçamento do Estado para este ano ainda não estava em vigor e a CP - Comboios de Portugal, sendo uma empresa pública, depende dele, não foi possível uniformizar o valor dos passes na ferrovia. Por outro lado, acrescentou, a CP está a cobrar à OesteCIM montantes cinco vezes superiores aos negociados para a compensação tarifária, ao “facturar toda a linha", sem ter em conta o destino dos passageiros, dentro da AML, motivo pelo qual "não chegaram a acordo".

Apesar de o passe dentro dos concelhos da região Oeste ser mais baixo na ferrovia (30 euros) do que na rodovia (40 euros), para incentivar o uso do transporte ferroviário, o mesmo não se verificou nos passes dos utentes que se deslocam da nossa região para os concelhos da AML através da Linha do Oeste. Enquanto na rodovia o passe inter-regional varia entre os 70 ou 80 euros, conforme o concelho de origem, na ferrovia o valor aumenta. "Um utente de Caldas da Rainha que tire passe para Lisboa paga 80 euros no autocarro e 150 euros na Linha do Oeste", exemplificou a Comissão de Utentes.

Os passes entre a região Oeste e a AML, na Linha do Oeste, têm apenas em vigor um desconto de 30%, o que permitiu baixar de 214,25 euros para 150 euros o passe a partir das Caldas da Rainha. Paulo Simões assegurou que, ainda este ano, CP e OesteCIM vão reunir-se para "avaliar os custos" e  para 2021.

Os dados mais recentes indicam que mais de cinco mil cidadãos usam todos os dias os transportes para se deslocarem dos vários concelhos da região para Lisboa.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)