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Covid-19: Hospitais do Oeste com camas quase todas ocupadas mas não estão em ruptura

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O CHO - Centro Hospitalar do Oeste tem 59% das camas de internamento dedicadas a doentes infectados pela Covid-19 e quase todas lotadas, não havendo capacidade para aumentar mais, alertou hoje o Conselho de Administração.

Ao longo deste mês, a capacidade de internamento para doentes Covid-19 tem vindo a aumentar nos hospitais de Torres Vedras e das Caldas da Rainha e hoje atinge 142 camas, com 135 doentes internados, estando sete camas por ocupar. "O número de camas não será mais do que este", advertiu a presidente do Conselho de Administração do CHO, Elsa Baião, tendo em conta as limitações dos dois hospitais.

Na terça-feira, havia 134 doentes internados (91 em Torres Vedras e 43 nas Caldas da Rainha), mas 15 aguardavam nas urgências por vagas no internamento. O aumento da área de internamento para doentes Covid-19 nos dois hospitais só tem sido possível porque "há menos doentes não Covid do que noutros períodos", disse Elsa Baião. "A maioria são camas cirúrgicas e, como não há cirurgias, os doentes ocupam menos camas", explicou.

Apesar de aumentar a capacidade de internamento para a Covid-19, apenas cerca de 10 doentes com outras doenças tiveram de ser transferidos dos hospitais da região para outros hospitais privados ou para estruturas de rectaguarda, como os hospitais militares, acionados pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

À falta de espaço, soma-se a falta de profissionais de saúde que, segundo Elsa Baião, é muito superior aos quatro médicos e 10 enfermeiros requisitados pela Câmara Municipal de Torres Vedras, no pedido de ajuda internacional que fez na terça-feira. Segundo a responsável, dos 1.715 trabalhadores do CHO, 134 (8%) estão ausentes, 91 dos quais por se encontrarem infectados pelo novo coronavírus, 34 por terem tido contactos de risco com casos positivos e os restantes por outros motivos.

"Desde o início da pandemia, conseguimos contratar muitos enfermeiros e auxiliares, mas nesta fase as necessidades são acrescidas", adiantou Elsa Baião, sublinhando que há profissionais a fazerem "horas e turnos extraordinários" para conseguirem dar resposta. Ainda assim, afirmou que o CHO "não está em ruptura". Devido à falta de profissionais de saúde, o CHO ainda não conseguiu abrir uma enfermaria para doentes não Covid no Hospital de Peniche.

Uma vez que as consultas e as cirurgias programadas estão suspensas, também os profissionais afectos a esses serviços têm sido "deslocados e as equipas ajustadas de acordo com as necessidades", justificou Elsa Baião. Questionada sobre a necessidade de criar hospitais de campanha na região, considerou que "as estruturas de rectaguarda não respondem às necessidades, porque são precisas camas para doentes agudos, que não estão estáveis", muitos dos quais são idosos oriundos de lares com surtos activos e com outras patologias associadas. Nos serviços de urgências de Torres Vedras e Caldas da Rainha, apesar de "muito sobrecarregadas, a situação está controlada e não se verifica tempos de espera relevantes", estando a aceitar doentes transportados de ambulância, acrescentou.

Quanto à situação epidemiológica do surto associado ao Hospital de Torres Vedras, o ‘cluster’ de casos de Covid-19 registava 105 casos activos, segundo dados divulgados hoje pela Câmara Municipal. No total, foram contabilizados 213 casos confirmados, dos quais 77 recuperados e 31 óbitos.

O CHO apelou para que os cidadãos se dirijam de preferência aos centros de saúde da região de modo a que os hospitais respondam apenas a casos de doença aguda.

Texto: ALVORADA com agência Lusa