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Bombarral: Historiadora de arte Dóris Santos é a nova directora do Museu Nacional do Traje

Doris Santos

A historiadora de arte Dóris Simões dos Santos, natural do Bombarral, vai ser a nova directora do Museu Nacional do Traje, em Lisboa, na sequência de um concurso público internacional, anunciou hoje a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).

A especialista em museologia e património artístico, de 46 anos, coordenadora do Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré, irá entrar em funções a 1 de janeiro de 2022, em substituição do actual director, José Carlos Alvarez, segundo a DGPC.

Desde Fevereiro deste ano que a DGPC tem vindo a anunciar, em várias fases, o resultado dos concursos públicos internacionais, abertos em 2020, para o preenchimento de cargos de direcção nos museus, monumentos e palácios nacionais.

Recorde-se que Dóris Joana Simões dos Santos foi a vencedora da quinta edição do Prémio de Estudos em Cultura do Mar Octávio Lixa Filgueiras, instituído pelo Município de Ílhavo, através do Museu Marítimo de Ílhavo, divulgou a edilidade. A obra distinguida, intitulada 'Arte, museus e memórias marítimas. Identidade e representação visual da Nazaré', resulta de uma tese de doutoramento realizada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, refere a informação disponibilizada pela autarquia. De acordo com o júri, o trabalho “constitui um contributo muito relevante e inovador para os estudos de cultura marítima e conjuga diversas dimensões que correspondem aos objectivos do Prémio Octávio Lixa Filgueiras”.

Na justificação para a escolha da obra premiada, o júri destaca ainda “a solidez e qualidade do trabalho, os contributos que oferece para a museologia marítima e o estudo de caso, muito relevante, centrado na construção mítica da maritimidade da Nazaré, cujos discursos resultaram de múltiplos afluentes, das artes plásticas à literatura e ao cinema, passando pela cultura material da comunidade piscatória local e pelo papel reprodutor das elites”.

O Prémio de Estudos em Cultura do Mar Octávio Lixa Filgueiras tem um valor monetário de 2.500 euros e destina-se a galardoar autores de dissertações académicas ou de trabalhos de investigação inéditos, realizados no âmbito da cultura marítima e fluvial, nomeadamente nas áreas da História Marítima, Arquitetura Naval, Antropologia Marítima, Arqueologia Subaquática, Patrimónios Marítimos e Museologia. A quinta edição registou 26 inscrições, 16 das quais se efetivaram como candidaturas, o que, conclui a Câmara de Ílhavo, “demonstra o seu reconhecimento e valorização na academia e na sociedade civil”.

Dóris Joana Simões dos Santos é doutorada em História da Arte, com especialização em museologia e património artístico, pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) em 2020, e concluiu o mestrado em museologia e património, também pela FCSH-UNL, em 2006.

Investigadora do Instituto de História da Arte da FCSH-UNL, é licenciada em História, variante História da Arte, pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, em 1997, e foi docente de História entre 1998 e 1999. Foi técnica superior no Museu José Malhoa, nas Caldas da Rainha, e é coordenadora do Museu Dr. Joaquim Manso, na Nazaré, desde 2009.

Historiador Sérgio Gorjão na direcção do Palácio Nacional de Mafra

O secretário executivo da Comissão Nacional da UNESCO, no Ministério dos Negócios Estrangeiros, Sérgio Gorjão, é o novo director do Palácio Nacional de Mafra, substituindo Mário Pereira, que se aposentou em Setembro, anunciou hoje a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC).

Questionada pela Lusa, a DGPC confirmou que Sérgio Gorjão – que trabalhou vários anos no Município de Óbidos - foi escolhido para dirigir o Palácio Nacional de Mafra, no âmbito do concurso lançado para este monumento, tomando posse a 1 de Janeiro. Sérgio Gorjão, 50 anos, exerce funções de secretário-executivo da Comissão Nacional da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), no Ministério dos Negócios Estrangeiros, desde Março de 2020. Fez parte da equipa técnica e científica que elaborou o dossiê de candidatura do Real Edifício de Mafra, do qual faz parte o palácio, a Património Mundial a UNESCO, entre 2016 e 2020, ano em que veio a ser inscrito.

Licenciado em História pela Universidade de Lisboa, mestre em Museologia pela Universidade Lusíada e doutorando em Arquitectura pela Universidade de Lisboa, é técnico superior da DGPC, desempenhando funções no Palácio Nacional de Mafra. Possui ainda formação complementar nas áreas da Museologia, Património Cultural, História da Arte, Filosofia, Estudos Orientais e gestão pública. Foi ainda coordenador da Rede de Museus e Galerias Municipais e dos Serviços de Cultura da Câmara Municipal de Óbidos.

Sérgio Gorjão vai substituir Mário Pereira, que esteve no cargo durante 13 anos, até setembro, altura em que se aposentou. A coordenadora do serviço educativo do Palácio Nacional de Mafra, Fernanda Santos, foi designada pela DGPC para assumir o cargo temporariamente, desde 28 de Setembro, até estar concluído o processo concursal e tomar posse o novo director, de acordo com o despacho publicado hoje em Diário da República.

Fernanda Santos, de 65 anos, que não se candidatou, desempenhou funções, em regime de substituição, como directora do Palácio Nacional de Mafra entre Setembro de 1989 e Setembro de 1991, e, desde 1995, era coordenadora do serviço educativo do monumento.

Em Julho último, a DGPC tinha anunciado os novos directores dos museus nacionais do Azulejo, dos Coches, de Etnologia, do Teatro e da Dança, e Resistência e Liberdade, que entraram em funções a 1 de Agosto. Antes, em Fevereiro deste ano, tinham sido anunciadas as novas direcções do Museu de Arqueologia, Mosteiro dos Jerónimos, Palácio da Ajuda, o Panteão Nacional, todos em Lisboa, o Museu Grão Vasco, em Viseu, o Museu Nacional de Soares dos Reis, no Porto, o Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, e o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, em Évora.

Estão ainda a decorrer concursos para as direcções do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado e do Museu Nacional da Música, em Lisboa, e ainda para o Mosteiro de Alcobaça.

A realização de concursos para as direcções dos equipamentos culturais da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) - pela primeira vez com dimensão internacional - enquadra-se no novo regime jurídico de autonomia de gestão, e tem estado a decorrer em três fases. Em Setembro de 2020, a DGPC tinha indicado à Lusa que os concursos, lançados em Maio e Junho desse ano, receberam um total de 146 candidaturas, entre as quais 32 de cidadãos estrangeiros, a maior parte de Espanha e Brasil. Este organismo do Ministério da Cultura publicou em Maio e Junho do ano passado os avisos de abertura de concursos para a direção de museus, palácios e monumentos tutelados, ambos publicitados em Diário da República e na imprensa nacional e internacional.

Depois da fase de recepção de candidaturas, seguiram-se a selecção legalmente definidas para este tipo de procedimento concursal, nomeadamente a avaliação dos candidatos por júris.

Quando o novo regime jurídico de autonomia de gestão dos museus entrou em vigor, em Junho de 2019, mais de metade dos directores dos museus e monumentos da DGPC ficaram em regime de substituição, a aguardar concurso. No quadro do novo regime, os directores passam a ser recrutados através de concursos públicos, entre candidatos com vínculo ou sem vínculo à administração pública, em Portugal ou no estrangeiro, para comissões de serviço de três anos, com a limitação máxima de dez anos.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Direitos Resevados