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Comissão de Defesa considera traçado que atravessa Loures fundamental para a Linha do Oeste

Linha do Oeste 20

O novo traçado ferroviário entre Torres Vedras e Lisboa, atravessando Loures, proposto no Plano Ferroviário Nacional (PFN), será fundamental para aproveitar todas as potencialidades da Linha do Oeste, defendeu hoje a Comissão de Defesa da Linha.

“Positivamente, mas com cautelas” é como a Comissão de Defesa Para a Linha do Oeste (CDPLO) encara a construção de um novo acesso a Lisboa, a partir de Torres Vedras, com passagem em Loures, uma das propostas no novo PFN, apresentado esta quinta-feira em Conselho de Ministros.

O redirecionamento da Linha do Oeste para Loures era há anos defendido pela comissão cujo porta-voz, José Rui Raposa, o considera “fundamental para aproveitar todas as potencialidades da Linha do Oeste, designadamente a potencialidade suburbana, já que ligação dessas, reconhecidamente mais rápido do que a ligação para Meleças, permitiria que largos milhares de passageiros pudessem ser transportados em poucos minutos até Lisboa, com impactos muito positivos do ponto de vista económico, do ponto de vista social e, até, do ponto de vista ambiental”.

Defensor de que a proposta do PFN “deve ser concretizada tão breve quanto possível”, José Rui Raposo justifica as “cautelas” com o “ritmo extremamente lento” a que estão a ser feitas as remodelações na rede ferroviária nacional, aludindo aos atrasos na concretização do plano 2020 e à requalificação da Linha do Oeste, em particular. “Tendo em conta esses atrasos, a questão que se coloca são os prazos” para a concretização do novo traçado, cuja urgência “deve ser uma exigência, nomeadamente de todos aqueles que catualmente são obrigados a recorrer ao autocarro”, afirmou, quantificando em “largas dezenas” o número de autocarros que diariamente fazem a ligação de concelhos como Torres Vedras e Malveira a Lisboa.

O novo percurso previsto no PFN poderá reduzir em 30 minutos as ligações entre a região do Oeste e Lisboa, prevendo-se que depois de Torres Vedras, vai ter estações na Venda do Pinheiro (Mafra), Loures e Senhor Roubado (Loures) e vai atravessar toda a cidade de Lisboa, com estações no Campo Grande, Sete Rios, Campolide e Alvito, interceptando todas as linhas de Metro. Há também a possibilidade de ser ligado à Ponte 25 de Abril, atravessando o Rio Tejo até Setúbal, criando o novo eixo Torres Vedras-Setúbal e favorecendo as ligações ao novo aeroporto de Lisboa, se vier a ser construído na margem sul.

Segundo José Rui Raposo, já em 2016, numa reunião promovida pela Assembleia Municipal de Loures, “uma das ideias que dali saiu foi a necessidade da ligação entre Torres Vedras e Loures, fazendo divergir a linha para esse destino, para poder, a seguir, aproveitar uma extensão do metro pesado que neste momento só vai até Odivelas”. Porém, a comissão sublinha “a necessidade de continuar a haver comboios em direcção a Meleças, porque há um conjunto de localidades que necessitam do comboio para fazerem o transporte de passageiros para Lisboa e entre as localidades que são tocadas pela Linha do Oeste naquele percurso”.

O processo de electrificação da linha entre Torres Vedras e Meleças “precisa de ser concretizado tão breve quanto possível e, em paralelo, desenvolvido o projecto de ligação Torres Vedras-Loures”, defendeu o porta-voz do movimento.

A proposta de PFN apresentada na quinta-feira vai agora ser colocada em discussão pública, regressando depois ao Conselho de Ministros, de onde sairá para discussão na Assembleia da República e só depois será aprovada.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)