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Mercado brasileiro absorve mais de metade da exportação da maçã de Alcobaça que é produzida na região

maca de alcobaca

Mais de metade da maçã de Alcobaça exportada este ano vai ser consumida no Brasil, no âmbito de um projecto promovido pela associação de produtores naquele mercado, que adquiriu seis milhões de quilos do fruto com certificação europeia, cuja região demarcada também abrange vários concelhos oestinos, entre os quais o município da Lourinhã.

“O mercado de exportação da maçã de Alcobaça deverá atingir este ano os 20% da produção e mais de 10% das maçãs são destinadas ao Brasil”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Associação dos Produtores de Maçã de Alcobaça (APMA), Jorge Soares, estimando que o mercado brasileiro consuma este ano “cinco a seis milhões de quilos” deste fruto.

O foco no mercado brasileiro decorre do ‘Projecto de Promoção Maçã de Alcobaça em Mercados Externos’, num investimento de 650 mil euros, comparticipado em 85% pela União Europeia e que, segundo a APMA, pretende dar palco a “uma nova onda de sabor vinda de Portugal” oriunda da “única maçã do Atlântico”.

O projecto foi desenvolvido nos últimos dois anos e incidiu, no primeiro ano, na produção de conteúdos, e, este ano, na concretização de ações de promoção e de marketing internacional no mercado brasileiro, através de “campanhas em supermercados, nas redes sociais, em blogues e na comunicação social”, disse Jorge Soares. A escolha do Brasil prendeu-se, segundo o presidente da APMA, com o facto de “este ano a produção ter tido o mesmo número de fruto, mas menos quilos, sendo os frutos mais pequenos, mas com mais sabor”, o que levou a apostar num mercado que “valoriza o sabor, consome fruta pequena e que este ano teve um quebra de produção que fez com que a maçã brasileira só chegasse até Novembro”. Face a esta circunstância e à campanha promocional, a APMA passou de “um ano histórico com a menor exportação para o Brasil, com apenas 4% o ano passado, para uma exportação superior a 10% este ano, a maior dos últimos cinco anos”, acrescentou.

Os resultados do projecto que “define um posicionamento baseado no conceito ‘Atlantic Apple’, dado a Maçã de Alcobaça ser a única com influência atlântica”, e cujas características se devem “às interações muitos específicas entre a maresia do Atlântico e o ‘terroir’ da área de produção”, foram no sábado apresentados na sede da empresa Embala na Hora, em Óbidos, tal como revelou na ocasião o ALVORADA.

À Lusa, Jorge Soares admitiu a intenção de avançar com novas candidaturas a projectos de promoção que, a serem aprovados, e dependendo da percentagem de comparticipação, poderão incidir num de três mercados internacionais: países árabes, Espanha ou Inglaterra.

Fundada em 2001, A APMA é a entidade gestora da Indicação Geográfica Protegida (IGP) ‘Maçã de Alcobaça’ e detentora da marca e imagem coletiva. Constituída por 22 associados, empresas e organizações de produtores que produzem Maçã de Alcobaça IGP, tem como missão a promoção e valorização das maçãs qualificadas da região Oeste. Actualmente e após o processo de alargamento a área geográfica abrange para além dos iniciais concelhos de Alcobaça, Nazaré, Óbidos, Caldas das Rainha e Porto de Mós, também os concelhos da Batalha, Bombarral, Cadaval, Leiria, Lourinhã, Marinha Grande, Peniche, Rio Maior e Torres Vedras. Recorde-se que a área de produção protegida da Maçã de Alcobaça corresponde ao território secularmente conhecido por ‘Coutos de Alcobaça", criado e cedido por Dom Afonso Henriques Rei de Portugal a são Bernardo no ano 1142 d. C.. A Indicação Geográfica Protegida (IGP) é uma qualificação ou certificação oficial emitida por instâncias da União Europeia e atribuída a produtos gastronómicos ou agrícolas tradicionais produzidos numa região específica.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: CMA