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Centenas de papagaios-do-mar dão à costa nas praias do Oeste

papagaios mortos mar a deriva

Centenas de papagaios-do-mar estão a dar à costa mortos ou doentes na costa Oeste, confirmou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), apontando como causa a dificuldade de se alimentarem devido ao mau tempo.

O comandante da Capitania de Peniche, Artur Simas Silva, disse à agência Lusa que “algumas centenas” papagaios-do-mar têm aparecido “mortos e outros maltratados” em praias do concelho de Peniche, , tendo contactado o ICNF.

Questionado pela agência Lusa, o ICNF confirmou que, desde há uma semana, têm dado à costa “algumas centenas” de papagaios-do-mar, entre os concelhos da Lourinhã e Peniche. Mas há também relatos de casos semelhantes em praias do concelho de Torres Vedras, como informou na sua página no Facebook a organização ambientalista Mar à Deriva, que encontrou papagaios-do-mar e tordas-mergulheiras já sem vida.

Os papagaios do mar que têm arrojado estão bastante magros, pelo que se suspeita que os fortes temporais dos últimos dias poderão ter impedido as aves de se alimentarem normalmente”, adiantou o ICNF.  Ainda segundo o instituto, os vigilantes do ICNF têm percorrido as praias da região Oeste para recolher “todas as aves que ainda se encontram vivas e debilitadas” e efectuar o levantamento dos papagaios-do-mar mortos.

O Serviço Municipal de Protecção Civil da Lourinhã confirmou ao ALVORADA que recolheu e enterrou várias aves marinhas mortas que foram encontradas junto à Praia de Paimogo.

Várias aves encontradas com vida e recolhidas por voluntários nas praias de Peniche, muitas das quais são papagaios-do-mar, foram encaminhadas para o Centro de Reabilitação de Animais Marinhos (CRAM) do ECOMARE, em Gafanha da Nazaré, no concelho de Ílhavo.

De acordo com o 'Atlas das Aves Marinhas de Portugal' ‘online’, o papagaio-do-mar é uma espécie exclusiva do Atlântico Norte e pode aparecer acidentalmente nos Açores e Madeira e atravessar, enquanto migrante, a costa portuguesa nos meses de inverno. Segundo é referido naquele ‘site’, a espécie está em “declínio moderado” pela redução da natalidade, devido às alterações climáticas, capturas acidentais em redes de pesca ou contaminação por hidrocarbonetos.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Mar à Deriva