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PCP defende gestão pública para o novo Hospital do Oeste e critica disputa dos partidos sobre localização

PCP

As estruturas distritais do PCP de Lisboa e Leiria consideram que, em relação ao novo Hospital do Oeste, “não é aceitável que as diferentes posições dos municípios sobre esta matéria sirvam de justificação para o contínuo adiamento da sua construção”. Em causa, para os comunistas, está a “permanente disputa entre municípios sobre a localização” da nova infraestrutura hospitalar oestina, reafirmando que “a decisão da sua construção, incluindo a definição das suas valências, capacidade e localização, é da exclusiva responsabilidade do Ministério da Saúde”.

Sobre o futuro modelo de construção e gestão, que está em aberto pelo Governo, o PCP reafirma, uma vez mais, “a importância de rejeitar a imposição de mais uma Parceria Pública Privada - PPP que PS, PSD, Chega e IL têm vindo a propor. Para o PCP importa garantir um modelo de gestão pública, com autonomia e a participação de profissionais e utentes, em vez de mais uma negociata para favorecer os grupos económicos do negócio da saúde”, pelo que defende a gestão pública do futuro equipamento hospitalar.

Segundo ainda a DORL - Direcção da Organização Regional de Lisboa e DORLei - Direcção da Organização Regional de Leiria do PCP, a construção de um novo hospital na região Oeste é uma urgência das populações, sendo por isso preciso construí-lo. “A propaganda do PS e PSD, feita à medida do concelho onde a cada momento intervêm, e a disputa entre municípios sobre a localização do indispensável Hospital do Oeste escondem o essencial: o hospital continua por construir acrescentando dificuldades a uma população de mais de 350 mil pessoas”, refere o comunicado conjunto enviado ao ALVORADA. Para os dirigentes comunistas, “num processo que se arrasta há décadas, os governos PS e PSD nunca assumiram, de facto, o objectivo da construção do Hospital do Oeste. A não inscrição deste objectivo nos diferentes planos de investimento público por parte de sucessivos governos comprova-o”.

Tal como já tinha acontecido em anos anteriores, o PCP recorda que, aquando da discussão do Orçamento do Estado para 2023, propôs um Plano Plurianual de Investimentos no SNS com a atribuição de oito milhões de euros destinado à elaboração do programa e dos projectos de execução do novo Hospital do Oeste, “cujo investimento total se estima na ordem de 172 milhões de euros”. Propôs ainda a requalificação e modernização das instalações dos hospitais públicos de Peniche, Caldas da Rainha e Torres Vedras, com a atribuição de 10 milhões de euros, num investimento total estimado em 120 milhões de euros. “As propostas do PCP foram chumbadas com os votos contra do PS e do Chega”, recorda o partido.

Para o PCP é urgente a construção e funcionamento de uma unidade com mais de 400 camas, que alargue as especialidades/valências existentes e garanta capacidade de internamento - hoje não existente - para várias especialidades. “Só assim se poderá inverter a perda de resposta efectiva do CHO, que hoje responderá a apenas cerca de 55% das necessidades hospitalares da população asseguradas pelo SNS”, advoga o PCP.

A necessidade de construção de um novo nospital para a região Oeste, na óprica da DORL e DorLei, deve ser acompanhada pela intervenção urgente quer nas instalações do actual Centro Hospitalar do Oeste e nas suas três unidades, quer ainda nas diferentes estruturas que asseguram os cuidados primários de saúde na região. “De facto, impõe-se o investimento nos edifícios, em novos equipamentos e em particular na contratação dos profissionais necessários, de forma a garantir uma adequada prestação de cuidados de saúde de qualidade”, adianta o comunicado. Ainda segundo o partido, “a existência de um novo hospital não se desliga, por um lado, da necessidade de atrair e fixar médicos, enfermeiros, técnicos e outros trabalhadores para o seu correcto funcionamento, o que exige medidas de fundo - designadamente a valorização dos salários, das carreiras e profissões -, para o SNS que o PCP tem vindo a propor.

Recorde-se que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, anunciou que pretende apresentar a futura localização do novo Hospital do Oeste e as suas valências médicas até 31 de Março.

Texto: ALVORADA