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Câmara da Nazaré repudia posição das Caldas da Rainha e de Óbidos sobre localização do novo hospital do Oeste

Nazare

A Câmara Municipal da Nazaré aprovou uma proposta de repúdio à posição dos municípios das Caldas da Rainha e Óbidos sobre a localização do novo hospital do Oeste, acusando estes concelhos de usar argumentos separatistas e isolacionistas.

Na proposta apresentada ao executivo, o presidente da Câmara Municipal da Nazaré, o socialista Walter Chicharro, defende que “não é hora de voltar atrás” no processo de definir uma localização para o novo hospital do Oeste e repudia “a atitude” das autarquias das Caldas da Rainha e Óbidos, que têm defendido a construção da nova unidade na confluência dos dois concelhos.

A construção de um novo hospital para a região é reclamada pelos 12 municípios da OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste, que aprovaram a adjudicação de um estudo à Universidade Nova de Lisboa, para definir o perfil assistência e a localização da futura unidade hospitalar. O estudo aponta o Bombarral como a localização ideal para o hospital e serve de base a uma comissão de trabalho criada pelo Governo para decidir, até ao final deste mês, onde deverá ser construída a infraestrutura para servir todos os concelhos do Oeste.

Em meados deste mês, os presidentes das câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos - o independente Vítor Marques e o social-democrata Filipe Daniel, respectivamente - enviaram ao grupo de trabalho liderado pela médica lourinhanense Ana Jorge um parecer encomendado à empresa CEDRU que defende que os ministérios da Economia e da Coesão Territorial devem participar na decisão, e que a mesma deve ter em conta outros critérios, além dos analisados no estudo encomendado pela OesteCIM.

Assumindo que, depois do caminho já percorrido, não é hora de voltar atrás”, Walter Chicharro defende que ”é sim tempo de confiar que, tal como previsto, o grupo de trabalho constituído pelo ministro da Saúde apresentará uma proposta integrada até ao dia 31 de Março”, corroborando as conclusões do estudo promovido pela OesteCIM, que evidencia um conjunto de soluções para localização, valências a ter, dimensão e destino a dar às actuais instalações hospitalares.

No documento, o autarca acusa os municípios das Caldas da Rainha e de Óbidos de “fazer tábua rasa de todo o caminho percorrido em conjunto pelas autarquias do Oeste”, ao contratarem um novo estudo “de forma unilateral e ao pressionar o Ministério da Saúde para retardar a decisão”, atitude que considera colocar em causa a coesão do Oeste e dificultar a rápida decisão sobre o futuro da resposta de saúde da região.

Outros municípios teriam certamente capacidade, por maioria de razão, para apresentar argumentos separatistas e isolacionistas similares aos que as autarquias de Caldas da Rainha e de Óbidos têm apresentado”, mas, em vez disso, “têm tido e continuarão a ter uma posição responsável e conciliadora, em prol dos seus munícipes, salvaguardando os interesses e necessidades da população desta região no domínio da saúde”, pode ler-se.

Reiterando que o que importa agora é “defender um novo hospital que servirá a Nazaré e o Oeste e não um hospital para um dos concelhos da região”, Walter Chicharro exorta “todos os oestinos e os autarcas que os representam a defenderem, a uma só voz, este desígnio”.

A proposta foi aprovada na segunda-feira pela maioria socialista na Câmara Municipal da Nazaré, com os votos contra do PSD e a abstenção da CDU.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)