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Oeste: Lourinhã entre os municípios envolvidos em projecto com realidade virtual para ajudar envelhecimento ativo

Leader Oeste

Um projecto que visa o envelhecimento activo de idosos, através de componentes de realidade aumentada e virtual, começou com seis municípios e vai estender-se a 20, a maioria na região Centro, até 2024, anunciaram os promotores.

Promovido pela Associação de Desenvolvimento Local da Bairrada e Mondego (Ad-elo), estende-se, agora, a outras três associações congéneres, abrangendo mais 14 municípios: Arganil, Oliveira do Hospital, Tábua e Góis (Adiber), Castelo Branco, Penamacor, Vila Velha de Ródão e Idanha-a-Nova (Adraces) e Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço, Alenquer, Lourinhã, Cadaval e Torres Vedras (Leader Oeste).

De acordo com dados hoje divulgados em Montemor-o-Velho, distrito de Coimbra, a primeira fase do VirtuALL - Inovação, Envelhecimento, Qualidade de Vida - apresentado, em 2019, como um projecto pioneiro em Portugal e durou cerca de três anos - abrangeu mais de mil pessoas maiores de 65 anos daquele e dos municípios da Figueira da Foz, Cantanhede, Mira, Penacova e Mealhada. “A ideia é que no final do projecto, em 2024, possam ter participado mais de dois mil seniores”, disse hoje à agência Lusa Mário Fidalgo, secretário executivo da Ad-elo. “Com a ajuda destas tecnologias, este é um envelhecimento que se quer activo e saudável” vincou aquele responsável, acrescentando que, nos últimos três anos, uma equipa de três técnicas (especialistas em psicologia, fisioterapia e geografia humana) trabalhou com idosos dos seis municípios originalmente envolvidos, numa fórmula rotativa por autarquia, em sessões de grupo de 10 pessoas, um dia por semana, ao longo de cinco semanas.

Com a constituição da Comunidade VirtuALL, ontem formalizada, e que envolve também a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, serão quatro equipas técnicas, uma por cada associação de desenvolvimento local, a fazer esse trabalho junto dos seniores dos 20 municípios envolvidos, explicou Mário Fidalgo. “Queremos desenvolver a ideia de que em qualquer idade é possível estar activo e dar experiências únicas às pessoas”, aduziu Mário Fidalgo, exemplificando com os jogos e exercícios colaborativos possíveis de ser realizados com tecnologia de realidade aumentada e óculos de realidade virtual. O investimento no projecto, ainda segundo aquele responsável, cifra-se nos cerca de 650 mil euros, desde 2019 até ao final desta segunda fase, em 2024.

Intervindo na sessão, Emílio Torrão, presidente da Câmara de Montemor-o-Velho e também da Ad-elo, frisou que o projecto VirtuALL “era disruptivo à época [em 2019] e hoje quase que o assumimos com naturalidade”. “Na altura não foi fácil, era algo à frente do seu tempo, o desafio de pôr alguém com mais de 65 anos à frente de uma consola a jogar um jogo. Mas quando experimentam não querem outra coisa”, garantiu o autarca. Olhando para a assistência no auditório da Biblioteca Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão vislumbrou alguns participantes da freguesia de Arazede “que já experimentaram e gostaram”, e outros, de Penamacor, um dos novos municípios aderentes “que estão curiosos”, notou. “Em boa hora conseguimos alargar [o projecto]. Quem vê estes seniores a divertirem-se, a brincar com estas experiências digitais, percebe que ficam todos empolgados (…) Permite quebrar a solidão de alguns [na plateia houve quem acenasse com a cabeça a concordar], permite ganhos na qualidade de vida e fazer os seniores mais felizes”, observou Emílio Torrão.

Texto: ALVORADA com agência Lusa