Pesquisa   Facebook Jornal Alvorada

Assinatura Digital

Oeste: Barragem de Castelo de Bode com capacidade acima de 80%

ETA asseiceira EPAL

As barragens do Cabril e de Castelo Bode, no rio Zêzere, estão com capacidade acima de 80%, em situação melhor do que há um ano, disse hoje o vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Pimenta Machado. “Hoje, a barragem do Cabril, no Zêzere, está com 83% da sua capacidade máxima, sendo que o ano passado, por esta altura, estava a 34%”, afirmou Pimenta Machado, adiantando que Castelo de Bode, que também faz parte da bacia do Zêzere, “hoje está com 87% e o ano passado estava cerca de 60%”.

É da Barragem de Castelo de Bode que vem a água que é comercializada pela empresa pública EPAL - Empresa Portuguesa das Águas Livres, S.A, que abastece também os municípios de Alcobaça, Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinhã, Óbidos, Peniche, Rio Maior, Nazaré, Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Alenquer e Torres Vedras. A actividade da EPAL encontra-se orientada para a captação, produção, transporte e distribuição de água para consumo humano. A albufeira de Castelo de Bode é a principal origem da água que chega às torneiras dos consumidores através do sistema de abastecimento da EPAL. A água é tratada na ETA da Asseiceira (na foto), uma fábrica que produz anualmente cerca de 160 milhões de m3 de água para consumo humano.

À margem da sessão de apresentação de investimentos da Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior em Figueiró dos Vinhos (Leiria), Pimenta Machado reconheceu que este ano a situação é “muito melhor do que o ano passado”, mas defendeu a necessidade de preparar sempre “os territórios para aquilo que são os sinais futuros”.

“[Os estudos] dizem duas coisas muito claras: vamos ter menos água, vamos ter menos precipitação”, declarou, explicando que o roteiro de adaptação às alterações climáticas refere que, “por cada 10 anos, sete serão secos”.

Segundo o vice-presidente da APA, “dos últimos 20 anos, dos 10 anos mais secos, seis foram depois do ano 2000”. Assinalou ainda que “há uma redução da precipitação em cerca de 15 a 20%”, pelo que é a este cenário que todos se têm de adaptar. “É muito positiva a situação este ano (…). Este ano estamos muito melhor do que o ano passado, diria que estamos tranquilos, claramente tranquilos”, adiantou, esclarecendo que em Dezembro e Janeiro houve “eventos de precipitação”. Seguiu-se “um Fevereiro muito seco, um Março muito seco, um Abril também, para além de ser seco, muito quente”, sendo que “quando a temperatura aumenta, aumenta a evaporação e aumenta o consumo de água”. “Temos de adaptar o sistema a essa nova realidade”, segundo a qual “a chuva que vem, vem em curtos períodos de tempo, eventos extremos”, e vão ocorrer “longos períodos de ausência de precipitação”, adiantou o vice-presidente da APA.

A situação de seca meteorológica agravou-se em Portugal continental no mês de Abril, estando 89% do território continental em seca, 34% da qual em seca severa e extrema, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera. De acordo com o último boletim climatológico do IPMA, verificou-se no fim de Abril um aumento significativo da área e da intensidade em seca meteorológica, destacando-se a região Nordeste na classe de seca moderada e na região sul os distritos de Setúbal, Évora, Beja e Faro nas classes de seca severa a extrema.

No fim do mês passado, 33,2% do território estava em seca moderada, 22% em seca fraca, 19,9% em seca severa, 14,1% em seca extrema e 10,8% normal. Em Abril do ano passado, todo o território de Portugal continental já estava em situação de seca, a maior parte em seca moderada (87,2%).

Os dados do boletim indicam que no mês de Abril o total de precipitação (18,2 milímetros) foi muito inferior ao valor médio (23%), sendo o 3º Abril mais seco desde 1931.

No que diz respeito à percentagem de água no solo, o instituto referiu que houve uma diminuição muito significativa da percentagem em todo o território.

O IPMA adiantou também que o mês de Abril classificou-se como muito quente em relação à temperatura do ar e extremamente seco em relação à precipitação.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: EPAL