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COVID-19: Comissão Europeia pede distância nas praias e limite de clientes em restaurantes

Praia A

A Comissão Europeia recomendou hoje, em regras para a retoma do turismo europeu, uma distância mínima de 1,5 metros e normas de higiene apertadas em praias e piscinas, e o estabelecimento de um número máximo de clientes em restaurantes.

Numa altura em que a pandemia de Covid-19 está a estabilizar na Europa e os países pensam em levantar algumas medidas restritivas, o executivo comunitário divulga hoje “um quadro comum que estabelece critérios para o restabelecimento seguro e gradual das actividades turísticas e o desenvolvimento de protocolos de saúde para hotéis e outras formas de alojamento, a fim de proteger a saúde tanto dos hóspedes como dos funcionários”. O objectivo é dar aos países orientações ao sector sobre como assegurar que “as pessoas permanecem em segurança em hotéis, parques de campismo, alojamentos ou outros estabelecimentos de férias […] como restaurantes, bares e cafés e ir às praias e outras zonas de lazer ao ar livre”. A principal recomendação de Bruxelas é que, nesta retoma dos serviços turísticos a pensar no Verão, seja assegurado o distanciamento físico e reforçada a desinfeção.

No que toca a restaurantes, cafés e bares, a Comissão Europeia entende que “os estabelecimentos devem pôr em prática medidas específicas para assegurar o afastamento físico em áreas comuns onde os clientes se possam reunir durante longos períodos de tempo - ou seja, mais de 15 minutos -, como a definição de um número máximo permitido em cada instalação comum”. Outra sugestão é que seja “considerada a atribuição de horários ou a disponibilização de reservas para refeições ou para deslocações a piscinas ou ginásios”.

E “quando o afastamento físico não puder ser plenamente observado, devem ser consideradas medidas alternativas para proteger os hóspedes e os trabalhadores, tais como a utilização de painéis de vidro ou de plástico, o uso de máscaras, etc.”, vinca a Comissão Europeia. Uma distância de 1,5 a dois metros é, então, recomendada pela instituição “em todas as áreas comuns” dos estabelecimento e, quando isso não for possível, deve ser reforçada a utilização de equipamentos de protecção, tanto por parte dos clientes, como por parte de trabalhadores.

O mesmo se aplica a locais exteriores como praias e piscinas, nas quais “devem ser tomadas disposições especiais para permitir o afastamento físico e aplicadas medidas especiais de higiene”, argumenta o executivo comunitário nas recomendações hoje feitas aos países da União Europeia (UE), a quem cabe decidir sobre a retoma dos seus serviços turísticos. Bruxelas defende, também, que “os eventos de maior dimensão, como os concertos, devem ser adiados”.

A pensar na decisão dos países em reabrir o turismo após a estagnação devido à pandemia de Covid-19 devem estar critérios como a necessidade de a taxa de contágio ser abaixo de um, de o país ter capacidade assegurada no seu sistema de saúde e de testes e de conseguir monitorizar os casos positivos, realça a Comissão Europeia nestas orientações, como já tinha noticiado a Lusa. Falando em conferência de imprensa em Bruxelas, a vice-presidente do executivo comunitário com a pasta de ‘Uma Europa Preparada para a Era Digital’, Margrethe Vestager, notou que estas recomendações se aplicam “ao Verão e a depois”. “Não vai ser um Verão normal, mas se trabalharmos juntos e fizermos a nossa parte […], não teremos de passar o Verão em casa”, adiantou a responsável.

Nestas recomendações, a Comissão Europeia aponta ainda ser “provável que, devido à recente crise epidémica, o turismo interno e intracomunitário venha a prevalecer a curto prazo”. Por isso, Bruxelas insiste na promoção do turismo de proximidade, sugerindo medidas como a criação de um sistema de vales, “através dos quais os consumidores possam apoiar as suas empresas turísticas locais favoritas”, de forma a dar-lhes liquidez. O objectivo é que estes vales possam ser “adquiridos pelos consumidores a pequenos fornecedores do sector do turismo fechados”, como restaurantes, alojamentos ou pequenos hotéis, para serem “posteriormente trocados por serviços quando as empresas reabrirem”.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)