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Covid-19: Criadas equipas especializadas nos bombeiros voluntários para reforçar apoio

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O Governo determinou hoje a criação de equipas especializadas em todos os corpos de bombeiros voluntários do continente, por forma a reforçar os meios para operações de apoio na área da saúde pública no âmbito da pandemia.

Em comunicado, a Secretaria de Estado da Administração Interna adianta que as equipas especializadas intervêm no apoio, socorro e transporte de doentes, através da afectação permanente de uma ambulância de socorro e respectiva tripulação. “Esta medida implica o pagamento, às Associações Humanitárias de Bombeiros (AHB), de um valor diário de 85 euros por cada veículo a suportar pela Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil”, é referido.

Na nota, a Secretaria de Estado da Administração Interna salienta que este pagamento às 412 corporações de bombeiros corresponde a um valor mensal superior a um milhão de euros. Estas equipas foram criadas no âmbito das medidas de resposta do Governo à pandemia da doença Covid-19.

“O Ministério da Administração Interna reforça assim, através da criação destas equipas especializadas, a resposta operacional dos corpos de bombeiros perante o agravamento da situação epidemiológica e fortalece a capacidade financeira das AHB”, é destacado a missiva enviada ao ALVORADA.

Entraram hoje em confinamento parcial, em Portugal continental, 121 concelhos onde há "risco elevado de transmissão da Covid-19", aplicando-se o dever de permanência em casa, excepto para deslocações autorizadas, como compras, trabalho, ensino e actividade física. Além de medidas específicas para estes concelhos, a resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República prolonga a declaração de Situação de Calamidade em todo o território nacional continental até às 23h59 do próximo dia 19.

Liga dos Bombeiros diz que equipas especializadas são "pequena ajuda" financeira

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) elogiou hoje a criação de equipas especializadas em todas as corporações, considerando tratar-se de “uma pequena ajuda”, mas “muito aquém das necessidades financeiras” que atravessam actualmente os bombeiros voluntários.

“Esta atitude do MAI vai dar uma pequena ajuda e trazer um pouco de oxigénio” às corporações de bombeiros, mas fica “muito aquém das necessidades”, disse à agência Lusa o presidente da LBP, Jaime Marta Soares.

O presidente da LBP avançou que cada associação humanitária vai receber 2.500 euros mensalmente e sublinhou que os bombeiros voluntários já estavam a fazer este trabalho de apoio, socorro e transporte de doentes Covid-19 sem receberem qualquer apoio financeiro.

Jaime Marta Soares considerou que a verba “vai ajudar um pouco a colmatar as grandes dificuldades financeiras”, recordando que as corporações de bombeiros “estão à beira do colapso” pelos encargos que têm assumido desde o início da pandemia e a consequente perda de faturação em transporte de doentes não urgentes. O mesmo responsável destacou também a sensibilidade do MAI na resolução dos “grandes problemas dos bombeiros” e acusou o Ministério das Finanças de ser “um entrave” e “autista” nas questões que afectam as corporações.

O presidente da LBP disse ainda que as corporações de bombeiros esperam que durante a discussão na especialidade do Orçamento do Estado (OE) seja decidido um reforço de verbas. Segundo a proposta do OE para 2021, as corporações de bombeiros vão receber da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) 28,65 milhões de euros, mas a Liga defende um financiamento de 35 milhões de euros.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA (arquivo)