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Estratégia Regional de Cultura do Centro 2030 em consulta pública

Direcao Regional Cultura do Centro

A Estratégia Regional de Cultura do Centro 2030, documento que define prioridades e objectivos para a próxima década para a região, está em consulta pública até 31 de Janeiro, anunciou hoje a Direcção Regional de Cultura do Centro (DRCC). Trata-se de um processo que abrange também os 12 concelhos que integram a OesteCIM - Comunidade Intermunicipal do Oeste.

O documento para um horizonte de dez anos (2020-2030) "procura estabelecer uma visão para o território", partindo de uma relação entre cultura, criatividade e resiliência dos territórios, refere a DRCC, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.

A estratégia, disponível no ‘site' da DRCC (culturacentro.gov.pt), propõe "potenciar os recursos endógenos", ao mesmo tempo que procura dar resposta "aos constrangimentos estruturais que até ao momento não foram plenamente solucionados do ponto de vista cultural e que exigem agora uma intervenção adequada para aproximar a região às grandes apostas e metas nacionais e europeias".

A estratégia, que a Lusa consultou, prevê, entre outras medidas, criar linhas de investimento para a requalificação do tecido museológico regional para que 80% dos museus da região Centro sejam instituições museológicas credenciadas ou linhas de investimento para a diversificação de museus. A DRCC prevê também investir na requalificação dos arquivos municipais, apoiar a preservação do património azulejar da região ou o desenvolvimento de centros de investigação do património cultural, entre outras propostas.

O documento está disponível para auscultação pública até 31 de Janeiro, sendo solicitado a todos os interessados que deixem os seus contributos num formulário disponibilizado no ‘site' da DRCC. “2020 é um ano de ruptura. De demasiados pontos de vista, o mundo mudou, as pessoas mudaram, as suas expectativas mudaram, as tendências globais e locais mudaram”, destaca o documento.

A Estratégia Regional de Cultura do Centro 2030 vai aplicar-se ao território de seis CIM’s - Comunidades Intermunicipais: Oeste, Médio Tejo, Região de Aveiro, Região de Coimbra, Região de Aveiro e Viseu Dão Lafões. Relativamente à Região Oeste, os contributos apresentados pela OesteCIM para este documento referem a introdução de “uma dimensão transversal de capacitação para a transformação digital, reforçando o potencial de diferenciação da especialização produtiva no (…) turismo (com aposta associada na valorização do património natural e cultural), alicerçado deste modo, no “contributo diferenciador para a natureza compósita em termos de produtos do destino turístico Centro”.

Tendo em conta a dimensão do território abrangido por esta estratégia, o estudo sublinha que, em 2017, o valor médio ‘per capita’ das despesas correntes em cultura e desporto dos municípios portugueses foi de 59,05 euros. “O presente estudo veio então revelar que a média dos municípios objecto do estudo é francamente superior à média nacional, ainda que a mediana nos indique que em 50% dos casos o valor ‘per capita’ seja apenas de 51,1 euros (portanto, inferior aos 59,05 euros de média em 2017). O estudo veio também acentuar as grandes discrepâncias que existem no território no que aos orçamentos de cultura diz respeito, indo de municípios com despesas que não atingem os 4 euros por residente até municípios a atingir cerca de 560 euros”, destaca o documento consultado pelo ALVORADA.

A directora regional de Cultura do Centro, Suzana Menezes, acredita que “desta reflexão deverá resultar claramente a definição de programas e linhas de investimento que permitam consolidar e consubstanciar a região que pretendemos ser dentro de dez anos”.

Texto: ALVORADA com agência Lusa