CP prevê perturbações na circulação de comboios na segunda-feira devido a greve
- Sociedade
- 13/05/2022 22:25
A CP - Comboios de Portugal anunciou hoje que prevê "perturbações significativas" na circulação de comboios na segunda-feira, devido à greve de 24 horas dos trabalhadores ferroviários.
"Por motivo de greve preveem-se perturbações significativas a nível nacional em todos os serviços, no dia 16 de Maio de 2022, com possível impacto nos dias anterior e seguinte ao período de greve", afirmou a empresa numa informação.
A CP informou ainda que os clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, poderão pedir o reembolso do valor total do bilhete ou a sua revalidação.
A greve de segunda-feira foi decidida no final de Abril, em plenários descentralizados de trabalhadores que se realizaram no Porto, no Entroncamento e em Lisboa e foram promovidos pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).
A greve decorre entre as 00h00 e as 24h00, mas abrange também os trabalhadores que iniciem o seu período de trabalho ainda no domingo ou que iniciem o seu período de trabalho nas últimas horas de segunda-feira e terminem já na terça-feira.
O coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa que a decisão dos trabalhadores é "um protesto contra a intransigência do Governo e da CP, o arrastamento das negociações e os salários baixos". "O principal motivo desta greve são os aumentos salariais, embora estejam também em causa outras matérias, como a aplicação do Acordo de Empresa da CP aos trabalhadores da antiga EMEF, para acabar com as desigualdades", disse o sindicalista.
A Fectrans e o seu sindicato, filiados na CGTP, reivindicam um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores da CP, a quem foi aplicada uma actualização de 0,9%, tal como foi imposto a todo o Sector Empresarial do Estado e Administração Pública.
Na resolução aprovada nos plenários, os trabalhadores exigem a continuação das negociações da revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras, "que valorize os salários de modo a fazer face ao brutal aumento do custo de vida, valorize as profissões e proceda à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos e redução de remunerações".
Para os trabalhadores, o "aumento salarial de 0,9% significa, na prática, mais um ano sem aumento dos salários, com a agravante de acontecer num ano em que o custo de vida aumenta de forma galopante".