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Quatro narcotraficantes detidos do clã galego que abandonou fardos de droga no Oeste em prisão preventiva

GNR apreensao droga Obidos 01042023

Quatro dos nove detidos numa operação internacional que desmantelou uma organização de narcotráfico ficaram em prisão preventiva em Espanha, disse hoje fonte da Polícia Judiciária (PJ). A mesma fonte afirmou que quatro dos nove detidos vão aguardar julgamento em prisão preventiva, depois de terem sido ouvidos na Audiência Nacional, instância central criminal localizada na capital espanhola competente para este tipo de criminalidade. A mesma fonte adiantou que os detidos vão cumprir o prazo da prisão preventiva em Espanha, até as autoridades judiciárias decidirem em que país vai ser julgado o caso do narcotráfico ocorrido em Abril no concelho de Peniche.

Em comunicado, a PJ explica que o clã sempre esteve directamente relacionado com os principais distribuidores de cocaína colombianos e usava o transporte marítimo para fazer entrar grandes quantidades de droga na Europa. Em Abril, uma embarcação rápida encalhou junto à praia do Baleal, no concelho de Peniche, contendo vários fardos de cocaína. Na mesma altura, foram encontradas várias dezenas de fardos de cocaína, num pinhal perto de Olho Marinho, no concelho vizinho de Óbidos. A droga encontrada e apreendida totalizou 1.646 quilogramas, confirma agora a PJ. A lancha e parte da droga foram na altura detectadas pela Polícia Marítima, enquanto a GNR, em momento posterior, detectou a parte da droga no concelho de Peniche. Na véspera desta ocorrência - recorda - a GNR, em Sesimbra, tinha sinalizado uma operação de abastecimento de uma lancha voadora.

O Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária de Leiria assumiu a investigação dos factos, que indiciavam “uma operação de tráfico de elevada envergadura e complexidade”, “apenas ao alcance das grandes organizações criminosas” que dominam o tráfico internacional de estupefacientes, no caso de cocaína, por via marítima, refere o comunicado. Após cruzamento de informação, explica a nota, apurou-se que a Guardia Civil - Equipa do Crime Organizado da Galiza já monitorizava uma organização galega que poderia estar relacionada com os factos ocorridos em território nacional. Conjugando as informações disponíveis nas investigações em curso nos dois países, foi constituída uma Equipa de Investigação Conjunta, registada na Europol e Eurojust.

Após nove meses de investigação, foi desencadeada “uma operação policial de grande envergadura”, sob o nome de 'NAZARÉ', visando o clã galego 'Os piturros', histórico grupo criminoso ligado ao narcotráfico na Galiza, a partir da Ria Arousa - Pontevedra, desde a década 80 do século passado. Nesta operação policial, segundo a PJ, foram realizadas 11 buscas em território espanhol e uma busca a uma empresa em território nacional, resultando na detenção de nove homens, com idades entre 25 e os 53 anos, suspeitos de integrarem a organização criminosa. Foram também apreendidos 40.000 euros em notas, três veículos de alta gama, equipamentos informáticos e de comunicação, além de documentação relevante para imputação aos detidos dos crimes de tráfico agravado de estupefacientes, associação criminosa e branqueamento de capitais. A investigação conjunta permitiu conhecer a forma como a operação criminosa foi planeada, desenvolvida e os meios utilizados, permitindo assim determinar a responsabilidade de cada um dos autores, agora detidos, explica.

A Polícia Judiciária participou nas diligências efectuadas no país vizinho, sendo que a busca à empresa, localizada no alto Minho, teve a colaboração da Guardia Civil.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: GNR (arquivo)