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Arranque da colheita de pêra rocha do Oeste contou com a presença da ministra da Agricultura

ministra da agricultura e pera rocha 2

A campanha da colheita da pêra rocha arrancou hoje oficialmente na região Oeste, tendo a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, respondido ao convite endereçado pela associação do sector e visitado um pomar e as instalações da COOPVAL - Cooperativa Agrícola dos Fruticultores do Cadaval. A previsão da ANP - Associação Nacional dos Produtores de Pêra Rocha é para uma colheita de 130 mil toneladas, que este ano deverá registar um decréscimo de 30% em relação ao ano passado, mas que, em contrapartida, segundo o presidente da direcção, Domingos Santos, “tem mais qualidade”. A diminuição da produção “vai trazer algum desafogo em termos de escoamento”, mas, ainda assim, o responsável manifesta alguma “preocupação” pela situação de pandemia a nível mundial, esperando que não venham a verificar-se “interrupções de tráfego e navegação”, resumindo que, quanto ao futuro, “é tudo uma incógnita”.

Maria do Céu Antunes, que hoje se reuniu com os produtores no Cadaval para ouvir as suas principais preocupações, afirmou no final do encontro aos jornalistas que o Governo prevê concluir “em breve” as negociações para abertura do mercado chinês, permitindo à fileira que tem um grau de autoaprovisionamento de 192% começar a exportar para aquele país. Não quis, contudo, avançar com uma data de conclusão do processo, uma vez que ainda está a ser negociado com a China o dossiê da exportação de laranja portuguesa. A pêra rocha do Oeste representa, segundo a ministra, “90% da produção nacional”, dos quais 70% são exportados para países como o Brasil, Reino Unido, França, Alemanha ou Marrocos, entre outros.

A campanha deste ano deverá movimentar cerca de 12 mil trabalhadores temporários, em relação aos quais Maria do Céu Antunes considera que estão a ser cumpridas as medidas de prevenção da pandemia da Covid-19. A governante afirmou que em matéria de medidas de prevenção da pandemia “há todo um trabalho que está a ser muito bem feito, porque não há agricultor nenhum que queira que a sua produção e a sua colheita seja interrompida”. De acordo com a ministra, na sequência da distribuição, por todos os produtores, de um manual elaborado em conjunto pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária e pela Direcção-Geral da Saúde, "todos os procedimentos estão a ser cumpridos”. “Vimos em todo o lado, até no próprio campo, sistemas de lavagem de mãos, casas de banho portáteis com sistemas de doseamento de álcool gel à saída, os trabalhadores todos de máscaras e luvas, com distanciamento e os bidons de colheita marcados com cores correspondentes à fileira de árvores”, exemplificou.

O surgimento de surtos de Covid-19 entre os trabalhadores temporários tinha sido uma preocupação expressa pelos autarcas do Oeste, que solicitaram à ministra testes de despistagem a todos migrantes que viessem a ser contratados para as campanhas da fruta. Esta visita foi acompanhada pelos presidentes das câmaras do Cadaval, José Bernardo, e de Óbidos, Humberto Marques. A ministra disse hoje que “não houve necessidade de trazer mais mão-de-obra de fora [do país]” e que “todos os trabalhadores migrantes que estão aqui a trabalhar, já cá estavam”, sendo que, no caso daqueles que foram contratados por empresas de trabalho temporário coube a essas empresas “realizar os testes” de despistagem da doença. A campanha de colheita da pêra rocha que hoje arrancou vai movimentar “cerca de 12 mil trabalhadores temporários”, estimou a ANP, organização que conta com cerca de cinco mil produtores associados, cria 4.700 postos anuais e durante a campanha consegue empregar mais de 15 mil pessoas por dia.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA