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Jovens com escolioses acompanhados em telereabilitação no Centro Hospitalar do Oeste

CHO SMFR escoliose

O Serviço de Medicina Física e Reabilitação da Unidade de Caldas da Rainha do CHO - Centro Hospitalar do Oeste tem vindo a disponibilizar, a utentes portadores de escolioses em idade pediátrica, sessões de telereabilitação na área de fisioterapia. Apesar deste serviço estar a ser desenvolvido desde Junho, só hoje a empresa pública que gere os três hospitais do Serviço Nacional de Saúde informou a comunicação social.

A telereabilitação consiste num modelo de intervenção em que se recorre a tecnologias de telecomunicação para prestar serviços de reabilitação à distância. Num comunicado do CHO enviado ao ALVORADA, Paula Gabriel, fisioterapeuta responsável pela monitorização e acompanhamento destes utentes, lembra que quando iniciou este projecto estava “um pouco receosa”. Porém, considerou que seria “um desafio muito interessante e uma solução pertinente, perante o estado pandémico”.

Inicialmente, foram contactados os pais das crianças e jovens elegíveis para beneficiarem deste serviço hospitalar, tendo sido solicitada autorização para a realização das sessões ‘online’. Foi também confirmada a existência das condições tecnológicas por parte dos utentes, nomeadamente um computador com câmara, microfone e ligação à internet.

As sessões de telereabilitação decorrem individualmente, através de uma plataforma digital, e consistem na realização supervisionada de exercícios adequados ao estado funcional do utente. Por forma a complementar a intervenção e dar continuidade ao tratamento nos dias em que não têm sessão ‘online’, os utentes têm acesso aos exercícios em formato digital, com indicações da fisioterapeuta.

Dois dos utentes que frequentam as sessões de telereabilitação deram o seu testemunho, revelando, nos testemunhos recolhidos pelo CHO, que, a implementação desta nova modalidade tem tido um impacto positivo e tem sido proveitoso. “Sinto-me confortável por estar em casa e também me ajuda a manter-me activa”, referiu Margarida, que apesar do receio inicial das videochamadas, já está habituada ao método, e desempenha as sessões sem dificuldades. Já Tiago sentiu-se de imediato “à vontade” e considerou a intervenção digital “uma boa opção, por forma a minimizar o risco de contágio”.

Apesar das dificuldades sentidas pela fisioterapeuta responsável, no que respeita ao desempenho do equipamento informático, tem ultrapassado os obstáculos com alguma criatividade. Por exemplo, “um dos utentes não tem colunas, para ouvir põe uns auscultadores com fio e, para não comprometer alguns exercícios, retira-os e comunicamos por linguagem gestual”. De um modo geral, o retorno que tem vindo a ser referido pelos utentes e respetivos pais é positivo. Contudo, refere que “sentem falta da camaradagem que tinham nas classes presenciais, mas compreendem perfeitamente a situação perante o contexto actual” criado pela pandemia.

Para o Conselho de Administração do CHO, os projectos de telereabilitação são uma aposta da instituição, em particular numa época em que o distanciamento social é fundamental, e em que os serviços de saúde necessitam reduzir a circulação e permanência dos utentes nos hospitais. “Acima de tudo, o recurso à telereabilitação vem assegurar a continuidade do acompanhamento da prestação de cuidados de saúde aos utentes, sem que estes tenham a necessidade de deslocar-se à unidade de saúde”, destaca em comunicado a entidade presidida por Elsa Baião.

O CHO integra os hospitais de Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelas populações dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.

Texto: ALVORADA
Fotografia: CHO