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Colheita de Pêra Rocha do Oeste deste ano desce 13% para 107 mil toneladas

pera rocha escaldao

A Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha (ANP) divulgou hoje que a colheita dos associados foi de 107 mil toneladas, evidenciando uma quebra de 13% na produção, relativamente a 2022, quando foram colhidas mais 16,5 toneladas do fruto. O relatório da campanha 2023, divulgado hoje pela ANP, precisa que em 2023 a colheita foi de 107.111 toneladas, menos 16.563 toneladas que as colhidas o ano passado, evidenciando uma quebra de 13% relativamente à campanha anterior.

Para a associação, cujos associados são responsáveis por 89% do total da produção nacional (estimada este ano em 120 mil toneladas) “trata-se do segundo pior ano desde 2010 da Pêra Rocha, sendo que apenas em 2012 foi registado volume de colheita inferior”. Segundo a ANP a quebra explica-se pelas condições climáticas adversas em vários momentos determinantes do ciclo produtivo, “que resultaram na diminuição do número e calibre dos frutos e potenciaram a elevada incidência de doenças, culminando com o escaldão na primeira semana de Agosto”.

No caso do Oeste, a ANP estima que 51% das pêras colhidas sejam de calibres inferiores a 60 mm e 49% de calibres superiores, representando “uma ligeira melhoria relativamente a 2022”, mas ficando “aquém do registado em 2021, ano em que mais de 63% dos frutos teve calibre superior a 60 mm”. Relativamente às pêras com menos de 55 mm, a previsão é de que em 2023 representem 22% do total.

Este é, segundo a ANP, o segundo ano consecutivo de quebra na produção (já que em 2022 registou um decréscimo de 51% relativamente a 2021), situação devido a “uma enorme pressão na sustentabilidade do sector, que se reflecte na potencial perda de rendimento de todos os envolvidos na cadeia, e que terá de ter reflexo ao nível dos preços praticados, sob pena de não existirem meios para suportar uma nova campanha”.

No balanço enviado às redações a ANP sublinha o papel que a Pêra Rocha desempenha na oferta de frutos frescos a nível nacional: “quando é possível ter uma colheita normal, tem a capacidade de fornecer os portugueses durante a maior parte do ano; no mercado externo está no top cinco da exportação de fruta nacional há vários anos”.

Apesar da menor quantidade de fruta disponível este ano, “o sector permanece empenhado na valorização da Pêra Rocha e em especial da marca colectiva Rocha do Oeste, fornecendo frutos de excelente qualidade e segurança alimentar aos consumidores no mercado nacional e no mercado externo”, garante a ANP.

Com sede na Sobrena, no concelho do Cadaval, a Associação Nacional de Produtores de Pêra Rocha (ANP) foi criada em 1993 e representa cerca de 89% da produção de Pêra Rocha em Portugal. Reúne os principais intervenientes do sector, entre fruticultores, associações de fruticultura, centrais fruteiras, exportadores e outras entidades interessadas no desenvolvimento da Pêra Rocha, como autarquias e instituições de crédito. Os associados exportam cerca de 60% da produção para mercados como o Brasil, Marrocos, Reino Unido, França, Alemanha, Espanha Polónia, Holanda, Irlanda, Suíça, Roménia, Uruguai, Colômbia, Canadá, Emirados Árabes Unidos ou Jordânia.

Texto: ALVORADA com agência Lusa
Fotografia: Paulo Ribeiro/ALVORADA