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Não poluir o mar

Era uma vez, como em todas as histórias, um menino que tinha muita tralha e um dia pensou assim: “Tenho muita tralha em casa e agora o que faço com ela?”.

O menino chamou a mãe e disse: - “Anda cá”.

A mãe respondeu: - “O que é filho?

E o filho disse: - “Mãe, tenho muita tralha, acho que é melhor fazer alguma coisa com ela”.

E a mãe respondeu: - “Podes fazer o que quiseres com essa tralha menos atirá-la ao mar”.

Mas o menino não ouviu os conselhos da mãe. Como vivia perto do mar, pegou nas coisas, colocou o baú em cima do carrinho de mão e deitou as coias ao mar. Estas começaram a espalhar-se por todo o lado.

No fundo do mar, um tubarão perguntou a um polvo: - “O que é que achas que isto é?

- “Eu não sei o que é, mas, se calhar, é comida”, respondeu o polvo.

Enquanto isso, fora do mar, o menino continuava a despejar o baú. O polvo, o tubarão e os restantes animais, curiosos e bem gulosos, começaram a engolir as coisas. Uns engasgaram-se, outros sentiram-se muito maldispostos até adoecerem.

À noite, quando o menino estava a jantar a mãe perguntou-lhe: - “Então, filho, o que fizestes com a tua tralha?”.

O filho respondeu: - “Não posso dizer, é segredo”.

A mãe hesitou alguns segundos e disse - “OK filho, vou confiar em ti”.

No dia seguinte, a mãe foi trabalhar (era chefe dos biólogos marinhos). Ao fazer a ronda do costume no seu barco percebeu-se que o mar estava sujo e que havia animais feridos. Depois chamou a sua equipa e disse-lhes: - “O mar está todo poluído, temos de agir já”.

A equipa mergulhou no mar e organizaram uma patrulha marítima para recolher o lixo e trazerem os animais feridos para o centro de recuperação, um local com aquários grandes onde se curam os animais doentes. Entretanto apareceram dois veterinários que foram observar os animais. Alguns tinham a boca ferida e o seu estômago estava cheio de lixo. As televisões vieram filmar e esta tragédia passou em todos os telejornais. O menino, quando viu as notícias, percebeu que tinha feito uma grande asneira. Quando a sua mãe chegou a casa, ele decidiu contar o que tinha feito.

-“Mãe, tenho uma coisa para te contar. Sabes mãe é que eu lancei a minha tralha para o mar. Achas que devo ficar de castigo”.

A mãe pensou durante algum tempo e disse: - “Bem, já que estás arrependido e pareces ter aprendido a lição, vais redimir-te. Vais comigo ao centro de recuperação e vais ser um voluntário para ajudar a tratar dos animais”.

E assim o menino aprendeu uma valente lição: o mar não é um caixote do lixo. É um amigo precioso.

Miguel Maria dos Santos de Almeida, aluno do 1º Ciclo de Ensino Básico da Lourinhã