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Hospitais públicos vão fazer rastreio ao estado nutricional dos doentes internados

urgências caldas da rainha cho

Todos os hospitais públicos vão passar a fazer, a partir do próximo ano, o rastreio ao estado nutricional dos adultos e das crianças internadas. Segundo a Ordem dos Nutricionistas, a ‘Norma de Orientação Profissional para Identificação do Risco Nutricional em Idade Pediátrica’, não está a ser aplicada a todos os hospitais, mas em 31 de Março de 2019 terá de estar, na sequência de um despacho do Ministério da Saúde. Os hospitais públicos que integram o CHO - Centro Hospitalar do Oeste - Caldas da Rainha, Peniche e Torres Vedras - vão também que cumprir esta determinação governamental.

Segundo a instituição que tem como bastonária Alexandra Bento, a norma da Ordem dos Nutricionistas está alinhada com o despacho, que determina as ferramentas a utilizar para a identificação do risco nutricional dos doentes internados, com vista ao desenvolvimento de estratégia de combate à desnutrição hospitalar. Para o efeito foi desenvolvida a ferramenta ‘STRONGkids’ que permite aos profissionais de saúde avaliar o estado nutricional das crianças. No caso de doente adulto, a ferramenta de identificação do risco nutricional é a ‘Nutritional Risk Screening 2002 (NRS 2002)’.

A ‘STRONGkids’ tem como objectivo “identificar o risco nutricional nas crianças internadas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde e noutros hospitais que tenham serviço de pediatria, possibilitando uma intervenção atempada nestas crianças”, disse Alexandra Bento à agência Lusa. “As crianças classificadas com um risco elevado devem ser referenciadas para intervenção pelo nutricionista”, explicou. Citando alguns estudos, Alexandra Bento disse que a prevalência da desnutrição em crianças e adolescentes em internamento hospitalar é elevada em Portugal.

No despacho de Julho, o Ministério da Saúde afirma que “a desnutrição em doentes internados em hospitais representa um grave problema de saúde que é frequentemente encoberto por outras situações clínicas” e está associada a um aumento do risco de infecções e de outras complicações e a uma necessidade acrescida de tratamentos hospitalares e de reinternamentos. Considera ainda “fulcral que a prestação de cuidados nutricionais por parte dos estabelecimentos hospitalares, através da sua oferta alimentar, auxilie na recuperação, aumente a qualidade de vida do doente e reduza a incidência de deficiências nutricionais e de desnutrição”.

Fotografia: Sofia de Medeiros/ALVORADA (arquivo)