Covid-19: Agravamento pode levar a avaliação das medidas de protecção
- Sociedade
- 17/12/2021 23:34
Portugal regista uma actividade epidémica de elevada intensidade e com tendência crescente e poderá ser necessário avaliar o reforço das medidas de protecção nas próximas semanas, alerta a análise de risco da pandemia hoje divulgada.
“O rápido aumento da circulação da variante de preocupação Ómicron e o aproximar da época festiva suporta a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e a vacinação de reforço, podendo vir a ser necessário ponderar o reforço das medidas de protecção, se se observar um agravamento da situação epidemiológica nos próximos dias e nas próximas semanas”, adianta o documento.
De acordo com as “linhas vermelhas” da Direcção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a análise dos indicadores revela uma actividade epidémica do coronavírus SARS-CoV-2 de “intensidade elevada, com tendência crescente a nível nacional”.
Segundo o relatório, o número de novas infecções por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 547 casos, com o grupo etário com incidência mais elevada a corresponder às crianças com menos de 10 anos, com 788 casos. Já a faixa dos idosos com 80 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa de 158 casos por 100 mil habitantes, o que reflecte um risco de infecção muito inferior ao apresentado pela população em geral, adiantam as “linhas vermelhas”.
O índice de transmissibilidade do vírus (Rt) indica também uma tendência crescente da incidência de infecções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,07). “A manter-se esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 960 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado entre 31 e 60 dias”, alerta a análise de risco semanal da pandemia.
A proporção de testes positivos foi de 3,1% - na semana anterior tinha sido de 3,2% -, encontrando-se abaixo do limiar definido de 4%, e registou-se um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias, com um total de mais de 966 mil.
Relativamente à variante de preocupação Ómicron, as autoridades de saúde salientam o aumento acentuado da circulação nos últimos dias, estimando que fosse responsável por 21% dos casos de infecção na quarta-feira. “Esta tendência de crescimento, em particular a observada nos últimos dias, é fortemente indicadora de um aumento abrupto de circulação comunitária da variante Ómicron, em forte paralelismo com o cenário observado em outros países que estão a utilizar a mesma abordagem para vigilância desta variante”, como a Dinamarca e o Reino Unido, refere o documento.
O INSA e a DGS estimam uma tendência de crescimento de 33% por dia, projetando que a variante Ómicron se torne dominante - mais de 50% - a partir da próxima semana.
Texto: ALVORADA com agência Lusa