Sindicato Stop marca semana de greve nas escolas de 18 a 22 de Setembro
- Sociedade
- 31/08/2023 17:24
O Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop) anunciou hoje a realização de uma greve de uma semana entre 18 e 22 de Setembro, apelando aos trabalhadores para assegurarem fundos de greve nas escolas. “No final dessa semana de greve, no dia 22, sexta-feira, organizaremos uma manifestação nacional de todos os profissionais da educação, em Lisboa”, disse o líder do STOP, André Pestana, numa conferência de imprensa, em Coimbra.
O dirigente recordou que os professores das regiões autónomas já viram acolhidas as suas reivindicações sobre a contabilização do tempo de serviço congelado, enquanto os do continuam com mais de seis anos e meio de tempo por reaver. “Isto não pode continuar. Se nada fizermos, o próximo ano lectivo continuará com profundas injustiças na escola pública”, defendeu, num encontro com os jornalistas na rua, junto à Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, em que também interveio Carla Piedade, da direcção do sindicato. “Além de outras injustiças inerentes à vinculação dinâmica (VD), temos hoje também muitos colegas que vincularam pela VD ainda sem colocação, o que indicia que poderão brevemente estar a leccionar em mais do que um agrupamento escolar ao mesmo tempo, com a confusão, o cansaço e gastos inerentes”, afirmou.
André Pestana lembrou que os professores em “mobilidade por doença continuam profundamente desconsiderados, bem como os colegas em monodocência”. Também os assistentes operacionais “estão cansados e exaustos”. “Há cada vez menos assistentes operacionais nas escolas, o que compromete a saúde física e mental destes e também a segurança dos alunos”, alertou o presidente da direcção do STOP. Aqueles profissionais, acentuou, “estão sobrecarregados com trabalho extra e o salário continua uma miséria, obrigando-os a ter segundos trabalhos para conseguirem manter uma vida digna”. “No meio disto, continuam numa carreira abrangente e não numa carreira específica”, referiu, apelando à participação na greve de cinco dias e na manifestação na capital, a 22 de Setembro.
Para o Stop, importa “de uma vez por todas olhar para estes profissionais e resolver a sua situação”. “Também são precisos mais assistentes técnicos e técnicos superiores e especializados nas escolas para apoiar devidamente as nossas crianças, em particular as que têm necessidades educativas especiais”, reivindicou o sindicalista, frisando que estes trabalhadores "merecem salários e carreiras dignos e com direito a estar perto da família”.
Na sua opinião, continua a verificar-se “toda esta desvalorização de quem trabalha na escola pública”, o que leva “mais uma vez muitos milhares de alunos a começar este ano lectivo sem professor ou com pessoas a dar aulas sem formação profissional ou pedagógica”, o que “prejudica a qualidade da escola pública e compromete o presente e o futuro das crianças e jovens”.
André Pestana exortou os docentes e demais trabalhadores das escolas a organizarem fundos de greve durante a semana de contestação, de 18 a 22 de Setembro, os quais, “como se viu no passado, são 100% legais”.
Também a plataforma de nove organizações sindicais de professores já agendou uma greve para 6 de Outubro, depois do Dia Mundial do Professor, que se assinala na véspera.
A partir de 12 de Setembro, primeiro dia de aulas, arrancam também greves ao sobretrabalho, às horas extraordinárias e a todas as actividades integradas na componente não lectiva de estabelecimento.